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Eleição Grêmio: Os Jogadores do Xadrez Político Tricolor

Por Redação Sou Imortal em 03/10/2025 05:21

O cenário político do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense ganha intensidade com a aproximação das eleições presidenciais, marcadas para novembro. A recente desistência do empresário Marcelo Marques, conhecido por sua ligação com a Arena, de concorrer ao pleito, agitou as águas e redefiniu o mapa das candidaturas. Este movimento estratégico permitiu que figuras já conhecidas no ambiente tricolor retomassem suas pretensões.

Na esteira dessa reconfiguração, o advogado Paulo Caleffi confirmou sua participação na disputa. Pouco depois, o economista Odorico Roman também oficializou sua candidatura. Ambos os nomes não são estranhos aos bastidores do clube, tendo ocupado posições de destaque como ex-dirigentes do departamento de futebol gremista, o que lhes confere uma bagagem considerável e um conhecimento aprofundado da dinâmica interna.

O tabuleiro eleitoral do Grêmio se redesenha

A eleição para o Conselho Deliberativo, realizada recentemente, serviu como um termômetro preciso das forças políticas em jogo e um catalisador para a consolidação das candidaturas. Paulo Caleffi, por exemplo, demonstrou alinhamento com a Chapa 6, que obteve um percentual de votos que garantiu sua representatividade no conselho. Sua estratégia agora inclui uma possível aproximação com Gladmir Chielle, outro pré-candidato que também integrou a Chapa 6 e assegurou uma cadeira.

Odorico Roman, por sua vez, emerge fortalecido pelo expressivo resultado da Chapa 2. Esta chapa conquistou a maioria esmagadora dos votos dos associados, alcançando 61% e garantindo a eleição de 120 conselheiros e 24 suplentes. Em contraste, a Chapa 6, de Caleffi, embora tenha superado a cláusula de barreira com pouco mais de 15% dos votos, elegeu 30 conselheiros e 6 suplentes, evidenciando uma distribuição de poder que favorece a base de Odorico.

A força das urnas conselheiras e os novos protagonistas

O impacto da eleição do Conselho Deliberativo foi tão significativo que alterou definitivamente o panorama para outros potenciais concorrentes. O exemplo mais claro é Denis Abrahão, um dirigente com trajetória histórica no clube, que cogitava retomar sua candidatura após a saída de Marcelo Marques. Contudo, a chapa apoiada por Abrahão não conseguiu eleger sequer um conselheiro, inviabilizando sua participação no pleito presidencial.

Enquanto algumas candidaturas se solidificam, outras permanecem em compasso de espera ou em um estado de incerteza. Gladmir Chielle, por exemplo, declarou que está observando atentamente o desenrolar dos acontecimentos antes de definir se levará adiante sua própria postulação à presidência ou se optará por apoiar um dos nomes já confirmados. Em contrapartida, Sérgio Canozzi mantém sua pré-candidatura, comunicando suas intenções através das plataformas digitais.

Indefinições e alianças estratégicas no cenário tricolor

A postura da atual gestão, liderada pelo presidente Alberto Guerra, ainda é uma incógnita. Embora houvesse especulações sobre possíveis lançamentos do vice-presidente Fábio Floriani ou do vice de futebol, Alexandre Rossato, a Chapa 3, que contava com o apoio direto de Guerra, não conseguiu atingir a cláusula de barreira. Consequentemente, Floriani e Rossato ficaram de fora do conselho, enfraquecendo a base política da atual administração e adicionando mais um elemento de imprevisibilidade ao processo eleitoral.

Apesar de a elegibilidade para concorrer à presidência exigir apenas que o candidato seja sócio há pelo menos dez anos, a eleição para o Conselho Deliberativo funciona como um indicador crucial das forças nos bastidores políticos do clube, revelando a capacidade de mobilização e o prestígio de cada grupo.

Os bastidores das campanhas e os pesos pesados do apoio

Com as candidaturas confirmadas, a etapa agora é de intensificar as campanhas, tanto nas ruas quanto nas redes sociais. A busca por apoiadores proeminentes, incluindo ex-jogadores e investidores com potencial de aporte financeiro, torna-se um fator decisivo para angariar credibilidade e recursos.

Nesse aspecto, Odorico Roman já conta com o apoio de Antonio Dutra Júnior, cotado para assumir a vice-presidência de futebol em sua eventual gestão. Outro nome de peso é o empresário Celso Rigo, conhecido por injetar recursos no Grêmio em anos anteriores, como o pagamento de parte do salário de Luis Suárez em 2023, o que demonstra uma capacidade de articulação financeira robusta.

Paulo Caleffi, por sua vez, buscou alianças com ídolos tricolores. Maicon e Danrlei estão ao seu lado, com a promessa de cargos remunerados no Departamento de Futebol. Em sua proposta de Conselho de Administração, Caleffi garante a presença de nomes ligados a empresas sólidas e com capacidade de aportar recursos significativos no clube. Ele informou que sua administração incluirá Ricardo Sessegolo (ex-sócio das construtoras Golzstein e Wollens), Luige Gerace (proprietário da Luagge Imóveis), Richard Gurski (médico) e Antônio Vicente Nunes (Corregedor-Geral da Polícia Civil do RS). Para a posição de CEO, o nome indicado é Jeronimo Santos (ex-CEO do Grupo Ipiranga), e para as finanças, Cezar Lindenmayer (ex-diretor financeiro do Grupo Josapar e do Grupo SLC Alimentos), indicando uma estrutura de gestão com experiência executiva.

Oposição consolidada: Um embate de trajetórias políticas

É notável que as duas chapas que se destacam neste início de pleito se posicionam claramente como oposição à atual gestão de Alberto Guerra. Odorico Roman, que atuou como vice-presidente e diretor de futebol entre 2016 e 2017, já havia confrontado Guerra nas eleições de 2022, obtendo 6.181 votos (41,5%) dos associados, mas sendo derrotado na ocasião.

O concorrente Paulo Caleffi, apesar de ter integrado a gestão Guerra como vice-presidente de futebol nos seis primeiros meses de 2023, deixou o cargo. Na época, ele justificou sua saída alegando "embates frequentes com a imprensa", uma situação que, segundo sua versão, não teria sido bem recebida pelo presidente. Esse histórico recente adiciona uma camada de complexidade e rivalidade pessoal à disputa, prometendo um embate eleitoral intenso e cheio de nuances políticas.

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