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Grêmio Desolador: Análise Crítica da Derrota na Sul-Americana
Por Redação Sou Imortal em 17/07/2025 00:03
A noite em que o Grêmio pisou no gramado do estádio Alejandro Villanueva, no Peru, foi mais um capítulo de uma narrativa preocupante que se desenrola após a interrupção para a Copa do Mundo de Clubes. O que se viu não foi apenas uma derrota no placar, mas uma apresentação coletiva desprovida de ideias, de intensidade e, acima de tudo, de convicção. O adversário, Alianza Lima, expôs fragilidades já conhecidas, mas que parecem se aprofundar a cada compromisso.
O técnico Mano Menezes, figura central neste cenário, ainda não conseguiu imprimir uma identidade coesa ou um padrão de jogo minimamente convincente. Em três confrontos desde o retorno das atividades, a equipe soma um revés após uma goleada sofrida para o Cruzeiro, e agora, mais um tropeço na Copa Sul-Americana. As escolhas táticas e as substituições realizadas durante o embate contra o Alianza Lima não provocaram qualquer alteração positiva no panorama do jogo, deixando a impressão de um time estagnado.
O Desempenho Individual e a Média do Time
A seguir, uma compilação das avaliações de desempenho dos atletas e do treinador, conforme as notas atribuídas pela equipe de jornalismo esportivo:
Posição | Jogador | Nota GE | Comentário |
---|---|---|---|
GOL | Tiago Volpi | 5.0 | Poderia ter se posicionado melhor para defender o chute de Castillo no segundo gol do Alianza Lima. No mais, teve ao menos duas boas defesas. |
LAT | Igor Serrote | 4.0 | Salvou o Grêmio de levar um gol ainda no primeiro tempo ao se atirar na frente da bola, mas perdeu de lavada o duelo para Castillo. Nos dois gols do Alianza Lima, não conseguiu parar o talentoso meia adversário. |
ZAG | Wagner Leonardo | 5.0 | Levou um cartão amarelo desnecessário aos quatro minutos de jogo, mas derrota não passou por sua atuação individual. |
ZAG | Kannemann | 6.0 | Conseguiu anular Paolo Guerrero e fez bons cortes na área, afastando o perigo sem enfeites. |
LAT | Marlon | 3.0 | Alianza Lima atacou pelo seu lado durante toda a partida, sempre avançando até a linha de fundo. Em mais de um lance, estava mal posicionado e foi cobrado por Mano Menezes. |
MEI | Dodi | 6.0 | É um guerreiro solitário na marcação. Não comprometeu, mas também não contribui com o ataque. |
MEI | Villasanti | 4.0 | Não é combativo na marcação, nem consegue ajudar na construção das jogadas ofensivas. Não é a sombra do que já foi em outras temporadas. |
MEI | Alex Santana | 5.0 | Jogador burocrático, de passes laterais e sem objetividade. Tentou um chute de fora da área, fraco e sem direção. |
MEI | Edenílson | 5.0 | Movimentou-se bastante na função de meia. Poderia ter sido expulso no primeiro tempo, em entrada dura no adversário pela qual levou o cartão amarelo. Obrigou Viscarra a fazer grande defesa com chute de dentro da área na etapa inicial. |
MEI | Monsalve | 3.0 | Entrou muito mal na partida e se atrapalhou até para dominar a bola em alguns lances. |
ATA | Alysson | 6.5 | Foi quem tentou algo diferente. Driblou, arriscou e finalizou. Parou na dura marcação e no goleiro Viscarra. |
MEI | Ronald | 4.5 | Nada fez além de ocupar espaço em campo. Ainda errou devolução simples de bola nos últimos minutos de jogo, colocando a bola pela lateral quando a posse era do Grêmio. |
ATA | Aravena | 4.0 | Sua presença em campo não foi notada, apesar de ter iniciado no time titular. |
ATA | Pavón | 4.5 | Teve um chute a gol da entrada da área, que foi desviado e perdeu direção. Nada mais. |
ATA | André | 5.5 | Teve a atuação comprometida pela má atuação coletiva. Teve um bom lance no qual ajeitou bola para chute de Edenilson que parou em grande defesa de Viscarra. |
ATA | Amuzu | 4.5 | Teve uma única jogada: tentar o drible pela ponta-esquerda. Falhou em todas as tentativas. |
TEC | Mano Menezes | 4.0 | Ainda não conseguiu apresentar um time com atuação convincente após a pausa para a Copa do Mundo de Clubes, em três jogos. Pelo contrário, somou nova derrota após goleada sofrida para o Cruzeiro. As substituições que fez na segunda etapa, diante do Alianza Lima, não surtiram efeito. |
A Fragilidade Defensiva e o Goleiro Questionado
No setor defensivo, Tiago Volpi, embora tenha realizado duas intervenções significativas, demonstrou falha de posicionamento no segundo gol do Alianza Lima, um detalhe crucial em partidas eliminatórias. As laterais foram um calcanhar de Aquiles: Igor Serrote, apesar de um lance de sacrifício que impediu um gol no primeiro tempo, foi dominado por Castillo, o talentoso meia adversário, sendo incapaz de contê-lo nos dois tentos do time peruano. Pelo flanco oposto, Marlon foi constantemente superado, com o Alianza Lima explorando sua má colocação e avançando repetidamente até a linha de fundo, o que gerou cobranças diretas do próprio treinador. Wagner Leonardo, por sua vez, iniciou o jogo com um cartão amarelo desnecessário, mas sua performance individual não foi o cerne da derrota. Em meio a essa desorganização, Kannemann se destacou como uma figura isolada de solidez, anulando a ameaça de Paolo Guerrero e realizando cortes precisos na área, afastando o perigo sem alardes.
O Meio-Campo Desconectado e a Falta de Propositura
O miolo do Grêmio operou de forma alarmante. Villasanti, longe de suas melhores temporadas, mostrou-se apático na marcação e ineficaz na construção de jogadas ofensivas. Dodi, embora dedicado na marcação, atuou como um guerreiro solitário, sem conseguir agregar valor ao ataque. Alex Santana manteve um futebol protocolar, com passes laterais e nula objetividade, culminando em um chute de fora da área sem força ou direção. Edenílson, que se movimentou bastante, teve um lance perigoso em que obrigou o goleiro Viscarra a uma grande defesa, mas também correu o risco de expulsão em uma entrada dura. Os substitutos pouco acrescentaram: Monsalve entrou de forma desastrosa, com dificuldades até para dominar a bola, e Ronald, que deveria trazer dinamismo, limitou-se a preencher espaço, culminando em um erro de devolução de bola nos minutos finais que entregou a posse ao adversário.
O Ataque Sem Efetividade: Esforços Isolados e Frustração
No ataque, o panorama não foi diferente. Alysson, com a nota mais alta da equipe, foi a peça que mais tentou subverter a lógica do jogo, buscando dribles, arriscando finalizações e esbarrando na marcação adversária e na boa atuação de Viscarra. Aravena, apesar de iniciar a partida, teve uma atuação tão discreta que sua presença em campo mal foi notada. Pavón, com um chute desviado que perdeu a direção, não conseguiu ir além disso. André, cuja atuação foi comprometida pelo desempenho coletivo, teve um bom momento ao ajeitar a bola para o chute de Edenílson , mas foi um flash em meio à escuridão. Amuzu, por sua vez, baseou sua participação em tentativas de drible pela ponta-esquerda, todas sem sucesso.
O Grêmio , mais uma vez, deixou o campo com a sensação de que o trabalho de reconstrução está longe de ser consolidado. A performance geral, marcada pela falta de coordenação, criatividade e combatividade, acende um alerta severo para a sequência da temporada. É imperativo que a comissão técnica e os atletas encontrem, com urgência, respostas para o declínio exibido, sob pena de comprometer os objetivos do clube nas competições vindouras.
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