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Grêmio e Renato: A Busca por Identidade Pós-Ídolo no Maracanã

Por Redação Sou Imortal em 02/08/2025 07:12

A relação entre um clube de futebol e seu ídolo, por vezes, assume contornos de uma narrativa complexa e emocional. Sete meses após o encerramento de uma era vitoriosa, o Grêmio ainda busca provar sua capacidade de trilhar um caminho de sucesso sem a presença de Renato Portaluppi. A tentativa de substituir o lendário comandante, até o momento, resultou em flertes frustrados e uma persistente saudade das glórias passadas. Pela primeira vez desde o término de mais um ciclo, em dezembro, o destino coloca Grêmio e Renato frente a frente neste sábado, às 21h, no Maracanã.

A Saga Pós-Renato: Primeiras Tentativas

A busca por um sucessor imediato resultou em tentativas infrutíferas. A primeira aposta recaiu sobre o técnico argentino Gustavo Quinteros. Chegando com um currículo de campeão pelo Vélez Sarsfield no ano anterior, ele inicialmente impressionou com vitórias expressivas sobre adversários regionais, gerando uma expectativa inicial positiva. Contudo, as primeiras adversidades expuseram as fragilidades, e a confiança na nova gestão técnica começou a ruir.

Classificações apertadas na Copa do Brasil, decididas nos pênaltis contra São Raimundo e Athletic, já sinalizavam a instabilidade. O ponto de inflexão decisivo foi a perda do Campeonato Gaúcho para o seu maior rival, encerrando uma hegemonia de sete anos e abalando profundamente a relação com o torcedor. Apesar de uma breve segunda chance para reverter o cenário, a continuidade de Quinteros tornou-se insustentável. As performances abaixo do esperado no início do Brasileirão e na Sul-Americana, mesmo quando vitoriosas, não sustentavam o projeto. O desfecho veio após uma derrota em casa para o Flamengo por 2 a 0, seguida por uma goleada de 4 a 1 sofrida para o Mirassol, em abril. Quinteros encerrou sua passagem com um aproveitamento de 53% em 20 partidas.

O Retorno à Familiaridade e Desafios Atuais

Diante do insucesso com a aposta estrangeira, o clube buscou refúgio na familiaridade. Mano Menezes, figura emblemática do retorno à Série A em 2005, foi convocado para reestruturar a equipe. A expectativa era de que ele trouxesse a identificação e o entendimento da torcida, oferecendo um alento em meio à apatia demonstrada em campo e buscando restabelecer os laços.

No entanto, a irregularidade persistiu dentro das quatro linhas. O futebol apresentado ainda não transmite a segurança de que o Grêmio encontrou o rumo certo. Assim como na gestão anterior, a equipe frequentemente não convence mesmo quando conquista os três pontos. O aproveitamento de Mano, até o momento, é de 45% em 20 jogos. Como um amargo adendo a esta fase de transição, o atual comandante acumula eliminações na Copa do Brasil, para o CSA na terceira fase, e na Sul-Americana, nos playoffs contra o Alianza Lima.

No Campeonato Brasileiro, o Tricolor ocupa a 14ª posição, com 20 pontos, cinco acima da zona de rebaixamento e seis abaixo do G-6, com um jogo a menos contra o Botafogo. A ausência de Renato Portaluppi no banco de reservas, uma referência inquestionável do "gremismo", deixou um vácuo de liderança e identificação. Em resposta a essa lacuna, a diretoria buscou outra lenda do clube, Luiz Felipe Scolari, para atuar nos bastidores, preenchendo, de certa forma, a necessidade de ter figuras históricas envolvidas.

O Legado de Renato e o Simbolismo do Reencontro

Renato, campeão da Libertadores e do Mundo como jogador, teve quatro passagens como técnico do Grêmio . Em 547 partidas, colecionou títulos expressivos: a Copa do Brasil de 2016, a Libertadores de 2017, a Recopa Sul-Americana de 2018, e os campeonatos estaduais de 2018, 2019, 2020, 2023 e 2024. Sua trajetória no comando técnico do clube deixou uma marca indelével, elevando o patamar de conquistas e a conexão com a torcida.

É neste cenário de busca por identidade e resultados que o Grêmio reencontra seu ex-comandante neste sábado, às 21h, no Maracanã. Mais do que um simples confronto pelo Campeonato Brasileiro, o duelo contra o Fluminense de Renato Portaluppi é um teste crucial para o Tricolor provar que, de fato, pode reescrever sua história de sucesso e encontrar um caminho sólido, mesmo sem o seu mais recente ídolo no comando técnico.

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