Grêmio e Róger Guedes: Os Detalhes da Terceira Proposta e o Dilema Financeiro

A persistência do Grêmio na tentativa de trazer o atacante Róger Guedes para o elenco é inegável, beirando a obstinação. Em mais um capítulo dessa complexa saga no mercado de transferências, o clube gaúcho formalizou uma terceira oferta ao Al-Rayyan, do Catar, demonstrando uma confiança considerável em um desfecho favorável. A nova investida, que inclui bonificações, eleva o montante proposto a um patamar próximo dos 15 milhões de euros, o que na cotação atual se traduz em aproximadamente R$ 97,5 milhões. As conversas, portanto, seguem em ritmo acelerado, mantendo a expectativa no ar.

As incursões anteriores do Tricolor no tabuleiro das negociações com o clube do Oriente Médio haviam se limitado a valores de 10 e 12 milhões de euros, equivalentes a R$ 65 e R$ 78 milhões, respectivamente. A aquisição de Róger Guedes representa um ?sonho de consumo? declarado pela atual gestão, encabeçada por Alberto Guerra. A viabilidade de tal empreitada, contudo, estaria intrinsecamente ligada à intermediação de Marcelo Marques, um empresário que emergiu como figura central neste imbróglio.

Em um encontro com o presidente Alberto Guerra, o empresário, que inclusive já foi pré-candidato à presidência do Imortal, externou sua disposição em colaborar para a concretização da vinda de um atleta de calibre inquestionável. Embora a direção gremista tenha tomado ciência da possibilidade e do entusiasmo envolvido, a cautela impera nas tratativas. O receio reside, principalmente, na forma como essa aquisição seria arquitetada e, subsequentemente, honrada.

O Dilema Financeiro e a Proposta Inovadora

Afinal, a condição financeira do Grêmio não permite, por si só, a assunção de um compromisso de tamanha envergadura, seja na compra direta do passe, seja na responsabilidade por remunerações tão elevadas. Diante desse cenário de restrições, Marcelo Marques teria sugerido um modelo de aquisição pouco convencional: um empréstimo do jogador. Este arranjo peculiar não incluiria juros, mas sim uma correção monetária. Contudo, diferentemente da operação que envolveu a Arena, o Grêmio ficaria com a obrigação de ressarcir os empresários envolvidos em um horizonte de longo prazo.

Adicionalmente, o empresário teria sinalizado a intenção de arcar com uma parcela das futuras remunerações de Róger Guedes, aliviando parte da carga financeira sobre os cofres do clube. E é justamente neste ponto que a vontade do atleta entra em cena como um fator decisivo. Róger Guedes, conforme relatos, teria confidenciado ser torcedor do Grêmio desde a infância. Tal predileção, supostamente, o motivaria a aceitar uma redução drástica em seus vencimentos para concretizar o que seria um sonho pessoal.

Atualmente, os salários do atacante no Al-Rayyan se aproximam da impressionante cifra de R$ 5 milhões mensais, o que torna a disposição de corte salarial um elemento de notável relevância na viabilidade da negociação. A complexidade do negócio, que envolve nuances financeiras intrincadas e um forte componente pessoal, exige uma análise minuciosa por parte da diretoria gremista, que, apesar do otimismo, mantém os pés no chão diante de um movimento tão impactante para suas finanças e para o futuro do elenco .