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Grêmio: O Fim de um Ciclo Melancólico? Desempenho Questiona Futuro

Por Redação Sou Imortal em 11/08/2025 02:01

A declaração de Mano Menezes após a partida contra o Sport, no domingo à noite, ecoa um sentimento predominante na Arena: melancolia.

As coisas não podem continuar como estão, senão teremos um final muito melancólico
, proferiu o técnico, em um lamento que parece resumir a atual trajetória do Grêmio. Para qualquer observador, mesmo que por breves instantes, a atmosfera que envolve o clube é inegável, uma sombra densa que paira sobre o desempenho da equipe, evidenciando uma funcionalidade em xeque.

Posicionado na 15ª colocação, com 21 pontos, o Tricolor se encontra perigosamente próximo da zona de rebaixamento. O revés por 1 a 0 diante do Sport, último colocado do Campeonato Brasileiro, na Arena, transcendeu a condição de mais um resultado adverso. A partida serviu como um espelho da desorientação de um elenco, da ausência de soluções por parte do comando técnico e da iminência de um desfecho que, a cada rodada, se torna mais sombrio.

O adversário da noite, o Sport, vinha de um longo período sem vitórias, um jejum que se estendia desde março e que perdurava por 16 confrontos na competição. O Grêmio, lamentavelmente, ofereceu o cenário perfeito para a quebra dessa sequência desfavorável. A equipe gaúcha demonstrou apatia, previsibilidade tática e um visível abalo emocional em campo.

A Derrocada em Campo: Desempenho e Escolhas Questionáveis

A performance gremista foi permeada por equívocos constantes. A capacidade ofensiva mostrou-se ínfima, com apenas seis finalizações na direção do gol, enquanto o Sport registrava três. Mesmo nesse quesito, a qualidade foi deficitária frente a um oponente que soube capitalizar sua única oportunidade real. O coletivo aparenta estar desassociado, desprovido de criatividade e intensidade, mesmo após um período completo de treinos.

As escolhas táticas de Mano Menezes também se tornaram alvo de questionamentos. A improvisação de Camilo, um volante de origem, na lateral-direita e a persistência na utilização de Edenílson, que já demonstra sinais de desgaste físico e técnico no setor de meio-campo, ilustram uma aparente ausência de novas alternativas. Soluções previamente descartadas ressurgem, sugerindo um esgotamento de repertório por parte do treinador.

O semblante do comandante ao se retirar do campo, visivelmente abatido e em silêncio, sintetiza o cenário atual: o Grêmio atravessa um período de dificuldade que transcende as quatro linhas. A impressão é de que o desligamento de Mano Menezes já se concretizou extraoficialmente, apesar de sua permanência formal no cargo.

O Desabafo do Treinador e a Posição da Diretoria

Na coletiva de imprensa, Mano Menezes não conseguiu disfarçar seu profundo desânimo. Ladeado pelo vice-presidente de futebol, Alexandre Rossato, o treinador proferiu um desabafo que soou como um prelúdio para uma despedida iminente. Ele estabeleceu como meta uma recuperação "a curto prazo", sinalizando que, caso essa melhora não se materialize, sua saída se tornaria inevitável.

Mesmo com a confiança da direção, tudo tem limite para mim
, afirmou Mano, antes de reconhecer publicamente a estagnação da equipe após a interrupção para o Mundial de Clubes. Seu pronunciamento denota a percepção de que a continuidade do trabalho se tornou insustentável diante do panorama exibido desde a retomada das competições. A expectativa de recuperação, que acompanhou sua chegada, dissolveu-se com o passar do tempo.

Contudo, a diretoria, representada por Rossato, compareceu ao auditório da Arena para reiterar a confiança e a permanência do técnico. O presidente Alberto Guerra, principal figura do clube, estava em deslocamento para o Rio de Janeiro no momento da coletiva, mas, segundo Rossato, endossou a decisão. Guerra havia deixado a Arena durante a partida para iniciar a viagem e, horas mais tarde, utilizou as redes sociais para se manifestar.

? O resultado desta noite não condiz com a grandeza do Grêmio. Somos responsáveis e não vamos nos omitir de resolver os problemas. Garanto a todos que vamos corrigir os erros e que o Grêmio vai superar esse momento ? escreveu Alberto Guerra.

A Queda Vertical: Números que Preocupam

Os números recentes do Grêmio delineiam uma queda de rendimento alarmante. Antes da interrupção para a Copa do Mundo de Clubes e da chegada de Mano Menezes, o clube havia conquistado duas vitórias em três jogos pelo Campeonato Brasileiro. No entanto, o cenário se inverteu drasticamente após a pausa, conforme ilustrado na tabela a seguir:

Período Jogos Vitórias Empates Derrotas Adversários (Vitórias)
Antes da Parada (3 jogos) 3 2 0 1 Bahia, Juventude
Após a Parada (7 jogos) 7 1 2 4 Fortaleza

A espiral descendente é inegável, e o impacto psicológico sobre o elenco é manifesta. O próprio Mano Menezes aludiu a um ?final muito melancólico, muito triste? e à necessidade de ?rever algumas coisas a curto prazo?. Contudo, a percepção generalizada é de que o prazo se exauriu. A própria saída do treinador da Arena, lenta e com a cabeça baixa, transmitiu uma mensagem silenciosa de resignação.

Com apenas 20 pontos e na 15ª posição, o Grêmio perigosamente se aproxima da zona de descenso. A melancolia, termo empregado por Mano, parece ter se alastrado por todas as esferas do clube, afetando desde o campo até os bastidores.

O torcedor, que nutria esperanças com a chegada do treinador, agora se depara com uma equipe desprovida de alma, sem capacidade de reação e desprovida de perspectiva. Embora a confiança da diretoria ainda persista, o próprio técnico já sinaliza que essa sustentação pode não ser o bastante. O Grêmio emite sinais inequívocos de um ciclo que se encerra, e talvez seja o momento de reconhecer que o trabalho atingiu seu ponto limite.

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