Grêmio Pressionado: Análise Detalhada da Derrota e Atuações Contra Fluminense

A 18ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025 trouxe mais um revés para o Grêmio, que sucumbiu por 1 a 0 diante do Fluminense. O confronto, marcado por um gol sofrido pelo alto, expôs uma série de vulnerabilidades na estrutura defensiva do Tricolor Gaúcho, além de evidenciar a dificuldade em construir jogadas ofensivas consistentes. A análise pós-jogo revela um desempenho coletivo aquém do esperado, com falhas individuais que custaram pontos preciosos.

O gol que selou a derrota gremista surgiu de uma falha coletiva na marcação aérea. O centroavante Everaldo encontrou liberdade incomum dentro da área, uma condição que não deveria ser permitida por uma defesa bem postada. Jogadores como Wagner Leonardo e Kannemann, pilares da zaga, estiveram diretamente envolvidos no lance, demonstrando uma desconcentração que resultou na oportunidade clara para o adversário. A inação defensiva deixou o atacante em posição privilegiada para finalizar, e o goleiro Tiago Volpi, embora sem culpa primária, talvez pudesse ter uma intervenção mais decisiva, mas a falha central foi da retaguarda que o expôs.

As laterais também apresentaram dificuldades significativas. João Lucas, por exemplo, foi superado em duas ocasiões por Everaldo em disputas aéreas e enfrentou obstáculos na contenção de Keno. Sua saída precoce por lesão apenas adicionou mais um desafio à equipe. Do outro lado, Lucas Esteves recebeu um cartão amarelo cedo, o que o deixou em situação delicada durante a partida, e viu Serna gerar perigo constante pelo seu setor no primeiro tempo. A performance dos defensores laterais, portanto, contribuiu para a sensação de insegurança que pairava sobre a defesa gremista.

Defesa Sob Pressão: Detalhes da Vulnerabilidade Aérea

A fragilidade defensiva não se limitou ao lance do gol. Wagner Leonardo , além de "cochilar" no momento crucial que permitiu a Everaldo a condição de finalizar, também foi superado em uma cabeçada de Manoel, reiterando a dificuldade do sistema em duelos pelo alto. Kannemann , por sua vez, embora conhecido por sua combatividade, também fez parte do erro generalizado que deixou o ataque adversário livre. Sua atuação, que incluiu um susto com um domínio arriscado no fim, sublinhou a apreensão que a linha defensiva transmitia.

No meio-campo, a atuação de Dodi foi particularmente preocupante. O jogador cometeu um pênalti considerado "infantil" por demorar a chutar a bola dentro da área, uma falha de execução que poderia ter custado ainda mais caro ao time. Villasanti, que atuou apenas um tempo, não conseguiu imprimir o ritmo e a qualidade esperados para o setor. Camilo, por sua vez, teve uma entrada mais discreta se comparada a desempenhos anteriores, sem o destaque que poderia influenciar o jogo. A capacidade de criação e a solidez na transição foram comprometidas por esses desempenhos.

Os jovens atletas também enfrentaram seus desafios. Riquelme, por exemplo, cometeu muitos erros, uma situação compreensível no processo de afirmação no time principal, mas que impactou o avanço da equipe, por vezes segurando demais a bola. Edenílson, ao entrar, trouxe uma ligeira melhora na troca de passes, mas nada que alterasse substancialmente o panorama da partida. Cristaldo, envolvido no lance do pênalti do Fluminense, teve participações pontuais em algumas chegadas, mas sem a constância necessária para desequilibrar.

A Ineficácia Ofensiva e o Desafio Tático

No setor ofensivo, a produção foi igualmente limitada. Aravena e Alysson foram apontados como os melhores entre os pontas, mas tal constatação, em um contexto de baixa produtividade do time, pouco significa. Alysson, embora tenha tido uma boa arrancada no início do jogo, não conseguiu manter a intensidade. Jardiel, acionado no fim para tentar dar mais força pelo alto, não obteve sucesso em suas investidas. Braithwaite lutou e tentou, mas a falta de abastecimento e a incapacidade de resolver o jogo sozinho o deixaram isolado. Sua finalização na área, que poderia ter sido melhor executada, simboliza a dificuldade do ataque em converter oportunidades.

Pavón, com sua habitual combatividade, lutou em campo, mas sem a participação criativa que o tornaria uma ameaça real. A falta de inspiração e a dificuldade em romper as linhas defensivas adversárias foram evidentes. O Grêmio , de forma geral, demonstrou pouca capacidade de articulação e finalização, evidenciando um problema que transcende as atuações individuais e aponta para uma questão tática mais profunda.

O trabalho do técnico Mano Menezes também foi alvo de observação crítica. O início da partida, nos primeiros 15 a 20 minutos, demonstrou um Grêmio com alguma organização. Contudo, após esse período inicial, a equipe perdeu o controle do jogo, sendo dominada pelo adversário e não conseguindo mais impor seu ritmo. A percepção é que o trabalho do treinador ainda não se materializa em campo de forma consistente, levantando questionamentos sobre a evolução tática e o desempenho geral da equipe sob seu comando.

A derrota para o Fluminense, portanto, não é apenas mais um resultado negativo na tabela. Ela reflete uma série de deficiências, desde a vulnerabilidade aérea na defesa até a ineficácia ofensiva, passando por atuações individuais abaixo da média e uma estratégia que não se sustentou ao longo dos 90 minutos. O Grêmio tem um caminho árduo pela frente para corrigir esses problemas e reencontrar o caminho das vitórias no Brasileirão de 2025.

Avaliação de Desempenho: Notas dos Jogadores do Grêmio

Confira a tabela detalhada com as notas atribuídas aos atletas e ao técnico do Grêmio na partida contra o Fluminense, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro 2025.