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Grêmio Sem Rumo: Marcelo Marques Desiste e Deixa Vácuo Político
Por Redação Sou Imortal em 27/08/2025 16:02
A sabedoria popular, que adverte sobre a capacidade de qualquer situação piorar, encontra um eco particularmente amargo na atual conjuntura do Grêmio. O ano de 2025, já marcado por uma série de revezes esportivos, acaba de receber um golpe político que anula as últimas esperanças de um futuro mais promissor. A notícia da desistência do empresário Marcelo Marques em sua pré-candidatura à presidência do clube, anunciada em entrevista à Rádio Gaúcha, transformou o que era visto como uma vitória certa em um verdadeiro abalo sísmico para a torcida.
Para aqueles que acompanham de perto a vida do Tricolor, a saída de Marques não é uma mera nota de rodapé. Ele era, na prática, o nome que se consolidava para liderar a instituição nos próximos três anos, e sua projeção era de uma eleição sem grandes obstáculos. Sua figura representava a expectativa por uma guinada, por profissionalismo e por um modelo de gestão que prometia mais investimento em atletas de alto nível, tudo isso sem a necessidade de uma conversão para SAF, um tema sensível entre os gremistas.
O Vazio Deixado pela Desistência de Marques
A credibilidade de Marcelo Marques havia sido construída por atos concretos. Foi ele quem viabilizou a aquisição da gestão da Arena, desembolsando R$ 145 milhões para devolver ao Grêmio a autonomia sobre seu próprio estádio. Esse movimento não apenas demonstrou seu profundo comprometimento financeiro, prometendo não buscar o ressarcimento do valor, mas também sua inegável competência em desatar nós que pareciam insolúveis, encerrando a prolongada disputa entre o clube e a antiga administradora do complexo. Tal feito solidificou sua imagem como um milionário a serviço do Grêmio , capaz de resolver até os impasses mais complexos.
Com essa demonstração de capacidade e lealdade, sua pré-candidatura à presidência havia se tornado quase uma formalidade, um caminho inevitável até a consagração eleitoral. Ele era o nome idealizado por grande parte da torcida, um gremista que encarnava a esperança por mudanças estruturais, por uma gestão mais profissional, por um aumento significativo nos investimentos e, consequentemente, por um elenco mais qualificado. Em meio a um 2025 turbulento, a simples lembrança de que o futuro poderia ser diferente, e promissor, era um alento.
O Fim de Uma Promessa de Renovação
Entretanto, essa promessa agora se esvai. Ao retirar-se da disputa, Marques confronta o Grêmio com a dura realidade de um clube que, progressivamente, perde competitividade no cenário nacional, enquanto se mostra incapaz de reinventar seu próprio modelo político. A razão de sua desistência foi atribuída, pelo próprio empresário, à dinâmica política interna do clube. Ele mencionou, inicialmente, a dificuldade de conciliar as exigências do cargo com sua vida profissional e familiar, mas deixou explícito que o fator determinante foi a movimentação política dentro da agremiação.
A frase que selou sua decisão ressoa com desilusão:
? Eu não vou me adaptar à política.Este é o ponto crucial que gera desânimo. A equação é perversa: o indivíduo que personificava a esperança de uma nova política desiste precisamente por causa da política. Isso instila a crença de que o sistema estabelecido prevaleceu, e que ele continuará a se perpetuar, independentemente das aspirações de mudança. Marques, ciente das regras do jogo político gremista, optou por não jogá-lo, mesmo com a bola já rolando e as arquibancadas cheias de expectativa.
Os Desafios Incontornáveis da Política Gremista
Mas que sistema é este, afinal? Trata-se de um modelo tradicional no futebol brasileiro, e particularmente enraizado no futebol gaúcho, onde chapas se articulam, vencem eleições e, em seguida, distribuem cargos entre um círculo de amigos e apoiadores. Essa prática cria uma cadeia de dirigentes políticos que, muitas vezes, rivaliza com a busca por profissionais de mercado, estes últimos frequentemente contratados apenas para projetar uma imagem mínima de modernidade e eficiência. Embora não seja uma exclusividade do Grêmio , é uma característica marcante da instituição.
A consequência direta de todo esse cenário é que o torcedor gremista se vê diante de mais uma decepção em um 2025 que já se configurou como um "pesadelo sem fim". Este foi o ano da perda do Gauchão para o maior rival, após sete temporadas de domínio, da eliminação precoce na Copa do Brasil para o CSA, da queda na Sul-Americana diante do Alianza Lima, e de uma dolorosa derrota em casa para o Sport. O clube segue em uma árdua batalha contra o rebaixamento, e, agora, adiciona-se a este quadro a ausência de perspectivas de que os próximos anos possam ser diferentes.
Um Horizonte Sem Claridade para o Tricolor
A imagem dos jogadores deixando o gramado após mais um empate, capturada em momentos de frustração, resume o sentimento geral. A retirada de Marcelo Marques, portanto, não é apenas a perda de um candidato; é a perda da esperança de um caminho para a reinvenção. O Grêmio , sem uma direção política que prometa romper com os velhos vícios e sem um horizonte claro para recuperar sua competitividade, parece condenado a um ciclo de estagnação, com o futuro se mostrando cada vez mais nebuloso para o Tricolor.
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