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Grêmio x Mirassol: Por Que a Criatividade Sumiu? Análise Profunda

Por Redação Sou Imortal em 13/09/2025 18:14

A recente sequência de três partidas sem revés, somada a um mercado de transferências promissor e ao empate conquistado no Maracanã contra o Flamengo, havia reacendido a chama da esperança no coração do torcedor gremista. Contudo, a expressiva presença na Arena neste sábado testemunhou, mais uma vez, a frustração. O Tricolor repetiu o cenário de escassez criativa observado em diversas ocasiões nesta temporada, sucumbindo diante de um Mirassol bem postado e mantendo-se perigosamente próximo à zona de rebaixamento.

O time visitante, apelidado de Leão, demonstrou ser uma equipe organizada e coesa, plenamente ciente de suas atribuições em diferentes fases do confronto. Mesmo sob pressão em momentos do segundo tempo, construiu uma vantagem parcial no primeiro período e ainda forçou Tiago Volpi a realizar três intervenções cruciais após o intervalo, o que poderia ter assegurado uma vitória ainda mais confortável.

Análise Tática: As Escolhas Iniciais de Mano Menezes

Para o embate, Mano Menezes promoveu o retorno de Arthur ao meio-campo, marcando sua reestreia. João Pedro, lateral-direito, também voltou à equipe após uma ausência de quase quatro meses devido a lesão, enquanto Marcos Rocha foi desfalque. Noriega manteve sua posição ao lado de Kannemann na zaga. Cristian Olivera deixou o time titular, Alysson retornou, e Dodi novamente iniciou a partida atuando pelos lados. Cristaldo recebeu uma oportunidade no onze inicial após dois meses.

Do lado do Mirassol, o técnico Rafael Guanaes não pôde contar com Gabriel, Édson Carioca e Chico da Costa. José Aldo permaneceu no meio-campo, com Alesson atuando na ponta-esquerda e Cristian Renato como centroavante.

Apesar de uma busca explícita por um estilo de jogo mais propenso à retenção de bola e de um espírito de luta evidente em campo, o Grêmio não conseguiu estabelecer superioridade sobre o Mirassol na etapa inicial. A equipe sucumbiu a uma bem executada jogada de bola parada aérea do adversário nos acréscimos, mas já havia flertado com a desvantagem em outras ocasiões.

A Vantagem do Mirassol: Organização e Eficiência

Alesson, responsável pelo gol, capitalizou um rebote da cabeçada de João Victor na trave esquerda, originada de uma cobrança de falta de Reinaldo, e colocou o Leão em vantagem. O atacante estava em linha com o último defensor gremista. Antes disso, Alesson só não havia balançado as redes graças a bloqueios providenciais de João Pedro e Noriega, que impediram tentos em ataques bem construídos do Mirassol.

O ponto de maior desequilíbrio do Mirassol no primeiro tempo residiu em seu ajuste na marcação da saída de bola gremista e nas reações rápidas após a perda da posse no campo adversário. Mais preciso nesses aspectos, o Mirassol gerou situações de perigo. O confronto individual entre Lucas Ramon e Cristaldo também favoreceu os visitantes, com o argentino exibindo dificuldades para acompanhar a marcação do lateral.

Essa foi uma das consequências da escolha tática de Mano Menezes, que posicionou Cristaldo partindo do lado esquerdo. Na fase ofensiva, o jogador tinha liberdade para atuar por dentro; na organização defensiva, a função era "dobrar" com Marlon, algo que nem sempre se concretizou de forma satisfatória, desequilibrando o setor. Lucas Ramon e Reinaldo avançavam simultaneamente e com amplitude, enquanto Neto Moura participava da saída de três.

Grêmio Ofensivo: Passes Sem Agressividade

Nos raros momentos em que conseguiu manter a posse de bola no campo de ataque, a maior qualidade do Tricolor na articulação foi notória em comparação com o que se via anteriormente, com a aproximação de peças e troca de passes. O dilema, contudo, residiu na incapacidade de converter essa melhora em volume de chances criadas ou em presença constante próxima à meta do Mirassol.

Cuellar e Arthur tentavam ditar o ritmo do jogo. Cristaldo se aproximava, e Dodi também trabalhava da direita para o centro, mas havia uma evidente falta de coordenação ou agressividade para dar sequência a essas jogadas. A única oportunidade de perigo real do Grêmio antes do intervalo surgiu em um chute cruzado de Marlon, defendido por Walter, com Cristaldo desperdiçando o rebote.

Mano Menezes realizou uma alteração no intervalo, substituindo Dodi por Cristian Olivera. Alysson foi deslocado para a ponta-direita, e Olivera assumiu a esquerda. Cristaldo passou a atuar centralizado, em sua posição de maior rendimento. A equipe ganhou mais verticalidade pelos lados e, naturalmente, aumentou seu tempo de posse de bola, forçando o Mirassol a defender-se mais próximo de sua área.

Substituições e a Luta Infrutífera do Tricolor

Braithwaite deixou o campo lesionado antes dos dez minutos do segundo tempo, sendo substituído por André Henrique. Rafael Guanaes também não demorou a mexer em sua equipe, sacando José Aldo e Alesson. Shaylon estreou no meio-campo, Carlos Eduardo entrou, e Negueba foi para a ponta-esquerda.

O Grêmio buscou adiantar a marcação na etapa complementar, mas nem sempre se mostrou eficaz nesse movimento. Em uma boa saída de pressão do Mirassol pela esquerda, Reinaldo construiu uma jogada com Negueba que quase resultou em um golaço de Danielzinho, impedido por Tiago Volpi .

Mano decidiu colocar Pavón em campo, mas um equívoco na comunicação durante a substituição resultou na saída de Alysson, o que não era a intenção do treinador. O Imortal, embora sem grande repertório para criar, lutava, e isso, por si só, elevou o volume ofensivo do time. André Henrique , Pavón e João Pedro arriscaram finalizações com algum perigo da entrada da área.

O Desfecho: Defesa Sólida e Goleiro Inspirado

Roni e Chico Kim foram outras duas apostas de Guanaes após a metade do segundo tempo, substituindo Neto Moura e Negueba. Mano, por sua vez, utilizou suas últimas trocas para inserir Gustavo Martins e Aravena, sacando João Pedro e Cristaldo .

As modificações permitiram ao Mirassol respirar e manter a posse de bola no ataque por períodos mais longos. Em uma dessas ações, a equipe construiu a jogada que deixou Cristian de frente para o gol, mas o atacante parou em Tiago Volpi . O Grêmio , desesperado, se aproximava da área, alçava bolas em busca do empate ou tentava alguma jogada individual com Cristian Olivera pela esquerda, mas sem êxito. O número de 41 cruzamentos em 102 minutos de jogo ilustra a falta de soluções.

A defesa do Mirassol, com Jemmes mostrando grande segurança na proteção da área e Roni se destacando nos desarmes na intermediária defensiva, foi fundamental para segurar o resultado. Matheus Bianqui entrou nos acréscimos para substituir Cristian Renato como homem mais avançado e participou da jogada que quase terminou em gol de Shaylon, novamente frustrado por uma defesa espetacular de Tiago Volpi , que impediu uma derrota com placar ainda mais elástico.

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Diego

Diego

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Comentado em 13/09/2025 22:30 Tá osso viu, Grêmio parece que esqueceu a receita do futebol criativo, aff, mas vamos que vamos, mlk!
Fabio

Fabio

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Comentado em 13/09/2025 20:22 É hora de manter a fé, mano! Ainda tem muita chão e o time vai achar o caminho da criação logo, blz?
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