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Guerra do Grêmio Detalha Calendário e Ataca Manobra do Flamengo na Libra
Por Redação Sou Imortal em 03/10/2025 19:13
O cenário do futebol brasileiro, marcado por intensas discussões sobre a sobrecarga de jogos e a distribuição de receitas, encontra no presidente do Grêmio, Alberto Guerra, um observador atento e um crítico contundente. Recentemente, o dirigente manifestou sua aprovação às modificações implementadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no calendário nacional, ao mesmo tempo em que teceu severas observações sobre o embate entre a Libra e o Flamengo, uma disputa que mobiliza a atenção dos clubes e pode redefinir o panorama financeiro da modalidade.
A percepção de Guerra é que o novo arranjo da CBF alcançou um ponto de equilíbrio, buscando tanto a diminuição do número de partidas quanto a manutenção da relevância dos campeonatos estaduais e do papel das federações. Essa ponderação, segundo o mandatário tricolor, reflete uma solução otimizada para os desafios complexos do futebol nacional.
Otimização do Calendário: Um Alívio para os Clubes
As reformas propostas, com previsão de entrada em vigor a partir de 2026, foram bem recebidas pela cúpula gremista. "Foi o melhor que a gente conseguiu chegar, privilegiando todos, sem acabar com nada. Da parte do Grêmio , posso te dizer que a avaliação é que ficou muito bom. Agora, vamos testar", declarou Guerra em entrevista, sinalizando otimismo em relação à eficácia das mudanças.
Entre as alterações mais significativas, destaca-se a nova configuração da Copa do Brasil. Os clubes participantes da Série A terão sua entrada na competição postergada para a quinta fase, e as quatro etapas iniciais do torneio eliminatório serão disputadas em jogo único. Guerra enfatiza que as preocupações apresentadas pelo Grêmio foram decisivas para estas modificações, citando como exemplo a extenuante viagem de fevereiro, quando o clube percorreu 9,7 mil quilômetros até Roraima para um confronto da primeira fase contra o São Raimundo.
O presidente do Grêmio sublinhou a inviabilidade de tais deslocamentos. "O exemplo do Grêmio foi levado em consideração. Não tem como um clube jogar em Porto Alegre e ir a Roraima, onde tu gasta mais que tu arrecada. Então, privilegiou essa redução de jogos", explicou, reforçando o impacto positivo da medida na logística e nas finanças dos clubes.
Novas Formas e Desafios: Copa do Brasil e Brasileirão
A alteração do formato da final da Copa do Brasil, que passará a ser decidida em jogo único, evoca sentimentos ambivalentes em Guerra. "Gosto de receber uma final em casa, é bacana, mas reconheço que para, a organização do evento, possa ser benéfico. Mas que seja compartilhado com os clubes. É bom saber com antecedência onde vai ser, para questões de passagens, logística. É uma pena que não vamos ter mais aqueles festas no nosso estádio como tínhamos antes", ponderou, expressando uma mistura de pragmatismo e nostalgia.
Quanto à antecipação do início do Campeonato Brasileiro para 28 de janeiro, em concomitância com os estaduais, o dirigente não vislumbra impactos avassaladores, exceto pela elevação do nível técnico dos confrontos logo no início da temporada. Ele percebe na mudança uma oportunidade valiosa para a ascensão de jovens talentos da base. "O Grêmio , como todos os clubes, jogava meio de semana e final de semana, igualmente, só que com jogos dos regionais. O Brasileirão, neste ano, vai terminar em 7 de dezembro, para ter férias a partir do dia 8. Vai ter 20 dias para começar todos os trabalhos", informou.
A estratégia para lidar com a demanda de jogos iniciais envolverá, provavelmente, a rotação de elencos. "Provavelmente tenha que se jogar com um grupo no início do Brasileiro e outro no estadual, mesclando. A base já tinha e vai ter uma boa oportunidade", detalhou o presidente gremista, indicando um planejamento que integra a formação de atletas ao calendário competitivo.
O Conflito Libra x Flamengo: Grêmio em Alerta
Paralelamente às discussões sobre o calendário, o Grêmio acompanha com profunda atenção os desdobramentos da Libra e o bloqueio de repasses monetários provocado pelo Flamengo. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a retenção de R$ 77 milhões, montante correspondente a uma parcela dos lucros de audiência, conforme o acordo estabelecido entre os clubes da Libra e a emissora Globo.
A entidade, que congrega 16 agremiações, incluindo o Grêmio , já interpôs recurso. Guerra monitora de perto as movimentações jurídicas e não descarta a possibilidade de o clube ingressar com uma ação independente para reaver seus direitos financeiros, embora aguarde os próximos passos da ação coletiva da Libra.
Críticas Contundentes e o Cenário Jurídico
A postura do Flamengo foi alvo de críticas incisivas por parte do presidente gremista. "Ninguém vai levar o Flamengo de barbada. Estamos lutando. Trancaram R$ 77 milhões em um contrato de R$ 6 bilhões. Eles poderiam receber muito mais ali na frente. Estão fazendo um efeito midiático, para a atual gestão questionar um acordo firmado pelo (Rodolfo) Landim", sentenciou Guerra, evidenciando a percepção de uma manobra com objetivos estratégicos e midiáticos por parte do clube carioca.
O Flamengo, por sua vez, argumenta ter sido lesado pelo contrato, que foi assinado em 2024 com validade até 2029, durante a gestão de Rodolfo Landim. O atual presidente, Luiz Eduardo Baptista, que se opôs a Landim, busca a revisão dos termos de distribuição de verbas dentro da liga. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, já havia expressado sua intenção de que os advogados do clube paulista busquem indenização judicial devido à ação do Flamengo, classificada por ela como "individualista e predatória". Este cenário complexo revela as tensões e os interesses divergentes que permeiam o futebol brasileiro, com o Grêmio posicionado como um observador crítico e um potencial protagonista na defesa de seus direitos.
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