Mano Menezes Explode! Entenda a Fúria do Técnico Após Derrota do Grêmio

O Maracanã testemunhou outro revés para o Grêmio neste último sábado (2), com a equipe gaúcha sucumbindo por 1 a 0 diante do Fluminense, em confronto válido pelo Campeonato Brasileiro. A performance, contudo, parece ter esgotado a paciência do técnico Mano Menezes, que, em sua coletiva pós-jogo, não poupou palavras para descrever a atuação de seus comandados. Com uma franqueza notável, o treinador classificou como "ridículo" o gol que selou a derrota e fez um apelo direto por mais "coragem" aos atletas em campo.

"Sofremos um gol ridículo (do Fluminense), para o nosso nível é inaceitável, mas tomamos o gol", declarou o técnico, evidenciando a frustração com a falha defensiva que culminou no tento adversário. A crítica não parou por aí. Mano estendeu o adjetivo depreciativo à penalidade máxima cometida pela própria equipe, que, se convertida, teria ampliado o placar para o oponente. "O pênalti que nós cometemos nós podemos colocar o mesmo adjetivo ('ridículo')", pontuou, ressaltando que tais erros "entregam" oportunidades ao adversário em um cenário onde "ninguém tem dado nada de graça para a gente".

A Fragilidade Defensiva e a Exigência de Concentração

A essência do problema, segundo o treinador, reside na carência de um "nível de concentração alto", um atributo indispensável em confrontos equilibrados, onde "se decidem em detalhes". A promessa é de trabalho contínuo para erradicar tais lapsos, que se mostraram decisivos no embate contra o tricolor carioca. A análise de Mano aponta para um Grêmio que, por vezes, se autodestrói com falhas primárias, comprometendo o esforço coletivo em partidas que demandam máxima atenção.

O comandante gremista também abordou questões táticas específicas, apontando uma complicação na composição da linha defensiva. A utilização de dois zagueiros canhotos, em particular um deles atuando pelo lado direito, naturalmente impõe um desafio maior na fase de construção das jogadas. "A gente tem jogado com dois zagueiros canhotos, e é lógico que um zagueiro canhoto pela direita vai ter mais dificuldades para construir do que do lado certo, mas foi necessário fazer isso", explicou Mano. Apesar de reconhecer que essa formação conferiu "mais solidez defensiva", a preferência por um defensor destro, exemplificada pela entrada de Gustavo Martins, torna-se evidente pela percepção de uma "jogada mais rápida" e alinhada à visão estratégica do que é necessário para o time.

Foto: (Alexandre Durão)

A Coragem Necessária para a Elite do Futebol Brasileiro

Mais do que aspectos técnicos, Mano Menezes fez um apelo contundente à atitude mental de seus atletas. A "coragem" para atuar na elite do futebol brasileiro foi um tema central em sua explanação. Ele enfatizou que, embora o Grêmio se esforce "ao máximo para marcar na saída do adversário" e os jogadores demonstrem entrega, o oponente também apresenta suas dificuldades e as explora. A contrapartida esperada é que o time gaúcho demonstre a mesma audácia com a posse de bola. "A gente precisa ter coragem para jogar futebol na Série A", reiterou o técnico, complementando que até mesmo um "passe curto" exige essa bravura. A reflexão culminou em uma declaração incisiva sobre a expectativa de desempenho: "Jogador de meio milhão de reais tem que jogar marcado, a gente sempre fala isso." A Série A, para Mano, não é apenas um campeonato, mas um patamar de "exigência" que o Grêmio precisa alcançar e sustentar.

Ao final da coletiva, Mano Menezes foi indagado sobre o reencontro com o Maracanã e a torcida do Fluminense, clube que dirigiu antes de assumir o Grêmio . Sua resposta, carregada de diplomacia, revelou um profissional que valoriza as relações construídas. "Eu sempre procuro, por onde passo, fazer algo que seja significativo, exatamente para mantermos essa relação que temos com todo mundo", afirmou. Ele recordou o respeito mútuo cultivado em sua passagem pelo tricolor carioca: "Fui muito respeitado no Fluminense, tentei respeitá-los da mesma maneira, é isso que a gente leva." A postura de Mano reflete um desejo de deixar legados positivos, buscando "fazer coisas boas para que sempre se lembrem da gente."

O Desfecho da Partida: Detalhes Decisivos

Em retrospectiva ao confronto, o gol que decidiu o embate foi anotado por Everaldo, aos 44 minutos da etapa inicial, selando o placar. Na fase complementar, o mesmo atacante do Fluminense teve uma oportunidade de ouro para expandir a vantagem, porém, ao cobrar uma penalidade máxima, a bola caprichosamente acertou a trave, mantendo a diferença mínima no marcador.