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Mano Menezes: Táticas Ousadas, Confronto com Arbitragem e Suspensão no Gre-Nal 448

Por Redação Sou Imortal em 22/09/2025 19:41

No palco eletrizante do Beira-Rio, o clássico Gre-Nal 448 transcendeu as quatro linhas para o Grêmio. A figura central, que magnetizou os olhares e as lentes, foi o técnico Mano Menezes, cujo comportamento à beira do campo se tornou um espetáculo à parte. Entre gestos de indignação e momentos de um peculiar bom humor, Mano não apenas comandou sua equipe, mas também protagonizou um embate paralelo com a arbitragem, culminando em um cartão amarelo e a consequente suspensão para o próximo desafio tricolor.

A controversa decisão de escalar Edenilson e Pavon desde o apito inicial, preterindo Alysson e Cristian Olivera, já sinalizava a audácia do treinador. Contrária a parte da opinião pública e da imprensa, essa escolha tática provou-se, na visão de Mano, acertada. Em sua coletiva pós-jogo, o técnico expressou satisfação com as alterações realizadas, enfatizando a evolução coletiva e individual dos atletas.

Todos vão ser extremamente úteis, cada um vai dar a sua parcela. Hoje, quando o Alysson entrou, entrou muito bem. Aliás, mexi bem demais na equipe. E Kike também entrou bem. Eu acho que isso é o mais importante de tudo, quando você tem uma evolução. Quando consegue avançar na ideia, os jogadores começam a crescer individualmente.

Demonstrando a resiliência de quem já vivenciou inúmeros confrontos de alta voltagem, Mano fez questão de sublinhar sua inabalável convicção. Ele explicitou que suas escolhas são pautadas exclusivamente pelo benefício do Grêmio , independentemente das críticas. A felicidade com o desempenho de Pavon, substituído sob aplausos do próprio técnico, era visível, um endosso à sua visão estratégica.

Se eu achar que é melhor para o Grêmio, vai jogar aquele que eu acho que é melhor para o Grêmio. Eu tenho estofo para aguentar. Eu sei o que significa se eu tivesse perdido o Gre-Nal. O que vocês iam fazer comigo hoje, amanhã, depois da manhã, se eu tivesse perdido o Gre-Nal. Com o Edenilson e com o Pavon. Mas mesmo assim, eu achei que era melhor para o Grêmio.

A Estratégia de Mano: Ousadia e Convictos Resultados

A ira de Mano Menezes atingiu seu ápice diante das repetidas intervenções do árbitro de vídeo. Em três ocasiões, Marcelo de Lima Henrique foi convocado ao monitor, e em cada uma delas, a reação do comandante gremista era um capítulo à parte. No primeiro chamado, referente a um suposto pênalti de Erick Noriega, o técnico se agachou atrás do árbitro, gesticulando para evidenciar que Bernabei já havia dobrado os joelhos antes do contato, uma tentativa visual de refutar a marcação.

Pouco depois, a cena se repetiu com um segundo pênalti assinalado. Desta vez, Mano puxava repetidamente o próprio casaco, simulando a suposta falta de Borré sobre o zagueiro peruano antes do toque de mão. Uma demonstração clara de sua percepção de que a jogada havia sido iniciada por uma infração adversária, mas que, novamente, não impediu a decisão desfavorável ao Grêmio .

A paciência do treinador esgotou-se no terceiro acionamento do VAR, que reverteu um amarelo para Arthur em cartão vermelho. Mano abandonou a área técnica e confrontou Lima Henrique com os braços erguidos e as mãos em riste, uma imagem que precedeu a aplicação de seu próprio cartão amarelo e a suspensão. A tensão era palpável, já tendo gerado um princípio de discussão com Roger Machado, acalmado pela assistente Neuza Ines Back.

O Confronto de Mano com a Arbitragem: Indignação e Suspensão

Em meio à efervescência do clássico, Mano Menezes, fiel ao seu estilo, encontrou espaço para interações com torcedores adversários, trocando provocações e acenos. No entanto, foi na coletiva de imprensa, com um semblante mais relaxado, que o técnico revisitou uma memória de duas décadas, revelando a raiz de sua filosofia de escolhas ousadas.

Ele narrou um episódio de 16 de julho de 2005, quando, em um cenário de pressão na Série B, escalou o lateral-esquerdo Raone no meio-campo contra o Sport. A decisão gerou estranhamento até mesmo do então diretor de futebol do Grêmio , Renato Moreira, que, preocupado com o ambiente em Porto Alegre, questionou a inusitada formação. O Tricolor, contudo, venceu por 1 a 0.

A gente estava vindo de uma derrota, eu acho, para o Vitória, em casa, de virada. Estava aquele clima meio de desconfiança, e eu fiz um treino lá, já no Recife. E não tínhamos uma série de jogadores, Bruno estava fora. Escolhi Raone para jogar no meio-campo. O doutor Renato Moreira, muito educadamente, pediu para conversar comigo, pós-jantar: "Mano, estou vindo de Porto Alegre, tem uma pressão bem grande lá em Porto Alegre, coisa e tal. E o (Paulo) Pelaipe me disse que tu treinou com o Raone no meio-campo". Eu falei: "treinei". Aí ele falou assim: "tem certeza que tu vai jogar com o Raone?". Eu entendi o que ele estava me falando.

A resposta de Mano, então, ecoa sua postura atual: uma defesa irrestrita de suas convicções táticas, mesmo diante da possibilidade de críticas e reveses. É a essência de um treinador que se guia pelo que considera o melhor para a equipe, assumindo as consequências.

Quando ele terminou de conversar educadamente, eu disse a ele o seguinte: "doutor Renato, eu sei o que significa se o time perder com o Raone. Mas eu vou colocar Raone, porque eu acho que é melhor para o Grêmio". Esse cara chama-se Mano Menezes. Pode ser qualquer um. Se eu achar que é melhor para o Grêmio, vai jogar aquele que eu acho que é melhor para o Grêmio.

O Legado de um Estilo: A Filosofia de Mano Menezes

Com a suspensão de Mano Menezes e de seu auxiliar Sidnei Lobo, ambos punidos por reclamações veementes no Gre-Nal, o comando técnico do Grêmio para a próxima rodada estará nas mãos de Thiago Kosloski e James Freitas. Um desfecho que, embora adverso, reforça a imagem de um técnico que, para o bem ou para o mal, jamais passa despercebido.

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