Grêmio: A Fragilidade Defensiva de Mano Menezes Revelada em Números

O Grêmio, sob o comando de Mano Menezes, enfrenta um desafio persistente em sua retaguarda. A chegada do treinador tinha como principal objetivo conter a sangria de gols que marcava a gestão de Gustavo Quinteros. No entanto, os números atuais revelam que a meta ainda está longe de ser alcançada. Com Mano no banco de reservas, a equipe já sofreu 22 gols em 21 partidas, superando a marca de Quinteros, que registrou 21 em 20 jogos. O problema se agrava ao constatar que a quantidade de gols sofridos é superior à de gols marcados na "era Mano", que totaliza 21.

A fase pós-Copa do Mundo de Clubes expôs ainda mais essa vulnerabilidade. O Tricolor foi vazado em sete dos oito confrontos disputados após o torneio, com os últimos jogos apresentando uma sequência preocupante de gols sofridos. A goleada de 4 a 1 para o Cruzeiro, no Mineirão, foi um ponto de virada que impulsionou Mano a reavaliar e modificar o esquema tático da equipe.

No confronto subsequente, pela Sul-Americana, contra o Alianza Lima, o treinador optou por uma formação com três volantes. Contudo, essa alteração não impediu a derrota por 2 a 0. A estratégia foi mantida diante do Vasco, resultando em um empate por 1 a 1, evidenciando que a simples adição de marcadores não se traduziu automaticamente em solidez defensiva.

A Inconsistência Tática e a Frustração no Grêmio

A necessidade imperativa de retomar o caminho das vitórias forçou o técnico a uma nova reavaliação da estrutura do time. Um meio-campista de ofício, o jovem Riquelme, foi reintegrado à formação titular. Desde então, a equipe continua a demonstrar dificuldades na criação de jogadas ofensivas, e o resultado mais expressivo foi uma única vitória, por 2 a 1, sobre o Fortaleza, em casa.

A derrota mais recente, por 1 a 0 para o Fluminense, no Maracanã, reacendeu a insatisfação do treinador com a defesa. O gol sofrido na ocasião foi classificado por Mano Menezes como "ridículo", um reflexo da irritação com a persistência das falhas defensivas.

Foto: (Divulgação)

A Radiografia dos Gols Sofridos: Onde o Grêmio Falha

Uma análise detalhada dos gols sofridos sob a gestão de Mano Menezes revela padrões preocupantes. A maioria dos tentos, precisamente 15, originou-se de finalizações dentro da área. Quatro gols foram fruto de cabeceios adversários, um de um chute de fora da área, um de cobrança de falta direta e outro de pênalti.

Do total de gols, quatro se originaram de lances de bola parada. Um desses gols, contra o Vitória, contou com uma contribuição direta do goleiro Tiago Volpi, que falhou na saída. Na estreia de Mano Menezes, o segundo gol do Godoy Cruz teve início em uma cobrança de lateral, evidenciando problemas de posicionamento e atenção em situações de bola parada.

Quando a bola está em jogo, a distribuição dos gols sofridos não aponta para um setor específico mais vulnerável: cinco gols foram originados pela esquerda, cinco pela direita e outros cinco pelo meio de campo e da área. Isso sugere uma fragilidade sistêmica que abrange diversas zonas do campo.

O Desafio Imediato: Rumo à Solidez Defensiva

Em busca de uma vitória convincente, que inclua uma performance defensiva mais consistente, o Grêmio se prepara para enfrentar o Sport, atualmente na lanterna do Campeonato Brasileiro. O confronto ocorrerá no próximo domingo, às 20h30min, na Arena, marcando o encerramento do primeiro turno. A partida representa uma oportunidade crucial para o Tricolor demonstrar a capacidade de estancar a sangria de gols e, finalmente, encontrar a tão almejada solidez defensiva.

Everaldo marcou o gol da vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Grêmio no Maracanã. ? Foto: Jorge Rodrigues/AGIF