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Reação do Grêmio e a Urgência de Combater o Racismo no Futebol Feminino
Por Redação Sou Imortal em 21/12/2024 09:42
O futebol, palco de paixões e rivalidades, volta a ser manchado por um episódio deplorável. Durante a partida entre River Plate e Grêmio pela Ladies Cup, um confronto de futebol feminino no estádio Canindé, em São Paulo, o que era para ser um espetáculo esportivo transformou-se em um cenário de indignação e repúdio. A equipe gaúcha, diante de alegações de racismo contra um gandula, tomou uma atitude drástica e exemplar: retirou-se de campo antes do apito final da arbitragem.
Ato de Repúdio e a Tomada de Decisão do Grêmio
A decisão do Grêmio , de abandonar a partida, ocorreu após uma confusão generalizada no gramado, desencadeada pelo gol de empate da equipe gaúcha. Em meio ao tumulto, um ato racista foi flagrado em vídeo: Candela Díaz, jogadora do time argentino, imitou um macaco em direção a um gandula. Segundo a técnica do Grêmio , Thaissan Passos, este não foi um incidente isolado. Ela relatou ao sportv que atletas do River Plate já haviam se referido a jogadoras do Grêmio como ?macaca? e ?negrita?, evidenciando um padrão de comportamento racista.
?Para a gente, não tem condições nenhuma de jogo?, afirmou a treinadora, expressando a indignação e o profundo desconforto da equipe diante de tal situação. A reação do Grêmio , ao se recusar a retornar ao jogo, demonstra que, para o clube, a dignidade e o respeito transcendem os limites do esporte. A atitude, louvável, ressalta que o espetáculo jamais deve se sobrepor à justiça e à igualdade.
O Jogo Não Pode Se Sobrepor à Dignidade
A atitude do Grêmio nos recorda que o jogo, por mais apaixonante que seja, não pode ser maior do que uma agressão racista. O esporte, em essência, deveria ser um catalisador de união e respeito, não um palco para manifestações de ódio e preconceito. A violência, em qualquer forma, mas especialmente a racista, é uma afronta à humanidade e exige uma resposta imediata e contundente.
A Necessidade de Punições e Mudança de Cultura
É imprescindível que os mecanismos do jogo, como a arbitragem e as câmeras, identifiquem e punam de forma exemplar os responsáveis por atos racistas. Se isso não for possível, a atitude do Grêmio deve servir de exemplo e ser repetida: é necessário se retirar. A voz de Roger Machado, técnico do Inter e uma figura de destaque na luta antirracista, ressoa como um chamado à ação. Ele, frequentemente aconselhado a silenciar sobre o tema para se concentrar apenas no futebol, personifica a luta contra o racismo que não pode ser ignorada. A tentativa de sobrepor o espetáculo ao racismo é uma atitude desumana, que exige que a vítima continue no palco da agressão como se nada tivesse acontecido.
Avanços e Desafios no Combate ao Racismo no Esporte
Apesar dos avanços, como as novas regras da CBF, que estabelecem sanções mais claras em casos de racismo, incluindo a perda de pontos, e as exigências da FIFA para a inclusão de punições severas em códigos esportivos, ainda há um longo caminho a ser percorrido. A mudança mais profunda depende da participação ativa dos jogadores e torcedores, os verdadeiros protagonistas do futebol. É preciso que o esporte se transforme em um espaço de respeito e igualdade, não de ódio e discriminação.
É essencial que o jogo pare, que o agressor seja punido, e defendo que o clube também seja penalizado com perda de pontos em casos de agressão coletiva por torcedores ou profissionais. Leis precisam sustentar essas punições. "É um começo. Mas uma mudança mais profunda exigirá a participação ativa das duas personagens que mais importam no futebol (ou das duas únicas que importam, como costuma dizer o técnico/diretor Paulo Autuori): o jogador e o torcedor."

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