Grêmio: Arezo Negociável? Gestão de Elenco e Mercado da Bola | Futebol Brasileiro

A gestão do Grêmio, em uma análise estratégica de seu plantel, considera o centroavante Arezo como um ativo passível de negociação. A movimentação se justifica não apenas pelas sondagens recebidas pelo atleta uruguaio, que sinalizam uma potencial transferência na janela de meio de ano, mas também por imperativos táticos e financeiros. O clube se vê diante de um dilema: um elenco com mais jogadores estrangeiros do que o regulamento nacional permite por partida, somado à necessidade orçamentária de concretizar vendas para cumprir suas projeções financeiras.

A Complexa Gestão do Elenco Gremista

O dilema dos atletas estrangeiros é um ponto crucial na administração do grupo. Com um total de onze jogadores de outras nacionalidades em seu elenco principal, o Imortal ultrapassa o limite regulamentar de nove atletas estrangeiros que podem ser relacionados para cada confronto em competições domésticas. Essa superpopulação gera um constante desafio para a comissão técnica na montagem do time, exigindo escolhas difíceis e, por vezes, a exclusão de nomes importantes.

Além de Arezo, a lista de gringos inclui nomes como o experiente zagueiro Kannemann, os talentosos meio-campistas Cristaldo, Cuéllar, Monsalve e Villasanti, e os atacantes Amuzu, Aravena, Braithwaite, Cristian Olivera e Pavon. A saída de um ou mais desses atletas liberaria valiosas vagas, otimizando a gestão do grupo e oferecendo maior flexibilidade ao comando técnico.

Foto: (Lucas Uebel/Grêmio)

Arezo no Mercado: Uma Solução para o Dilema Estrangeiro?

Nesse contexto, a intenção do Grêmio pende para uma cessão definitiva de Arezo, visando a arrecadação de fundos que são essenciais para o balanço financeiro do clube. O atacante tem atraído a atenção de clubes europeus, com o Hellas Verona, da Itália, figurando entre os mais interessados. Contudo, conforme noticiado pelo jornalista Nicolà Schira, a abordagem inicial do clube italiano seria um empréstimo com opção de compra, uma modalidade que, embora possa gerar receita futura, não atende de imediato à urgência do Grêmio por capital em caixa.

A Perda de Espaço e o Impacto das Mudanças Técnicas

A trajetória de Arezo no clube também reflete uma notável perda de prestígio dentro da hierarquia do elenco . Sob a batuta de Gustavo Quinteros, a questão do excesso de estrangeiros parecia não influenciar diretamente as escolhas do então treinador argentino, que conseguia gerenciar as opções sem maiores atritos. No entanto, o cenário se transformou radicalmente com as recentes mudanças na comissão técnica.

A chegada de Mano Menezes como sucessor de Quinteros, e a inclusão de Luiz Felipe Scolari na diretoria técnica, reconfiguraram a percepção sobre o plantel. As performances aquém do esperado por parte de Arezo, somadas à persistente questão do limite de estrangeiros, culminaram na sua progressiva marginalização. O jovem André Henrique, por exemplo, ascendeu na preferência, sendo visto como uma alternativa mais viável e produtiva.

Trajetória Recente: Entre Oportunidades e Ostracismo

A atual situação do camisa 77 é um espelho de sua inconsistência. Nos derradeiros compromissos antes da interrupção da temporada ? a vitória sobre o Juventude e o empate com o Corinthians, ambos pelo Campeonato Brasileiro ? o centroavante uruguaio sequer foi acionado, permanecendo no banco de reservas. Vale recordar que Arezo já havia manifestado o desejo de deixar o Imortal ao término do ano anterior, frustrado pela escassez de oportunidades sob o comando de Renato Gaúcho.

Embora tenha encontrado maior minutagem e relevância com Gustavo Quinteros, a chegada de Mano Menezes o relegou novamente à condição de preterido, consolidando um ciclo de incertezas em sua permanência no clube e reforçando a visão de que sua saída é uma possibilidade real e estratégica para o Grêmio .