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Grêmio e Arbitragem: Análise Crítica da Polêmica Vitória no Brasileirão
Por Redação Sou Imortal em 25/05/2025 13:11
No cenário do futebol nacional, uma constante se impõe, superando a tradição de qualquer agremiação ou o poder de influência nos bastidores: a inconstância e a fragilidade da arbitragem. Ao longo de uma temporada, cada clube se verá, em algum momento, tanto favorecido quanto prejudicado por decisões que frequentemente desafiam a lógica e a clareza. O Grêmio, por exemplo, demonstrou sua insatisfação de forma veemente nesta semana, formalizando uma queixa junto à Confederação Brasileira de Futebol, com a presença de seus dirigentes na capital fluminense. Contudo, em um desdobramento que beira o paradoxo, o triunfo de 1 a 0 sobre o Bahia, ocorrido neste domingo, foi selado por uma penalidade máxima que, aos olhos de muitos, simplesmente não existiu.
É impossível afirmar com certeza se a pressão exercida pela diretoria gremista exerceu alguma influência sobre o julgamento equivocado do árbitro carioca Bruno Arleu de Araújo. O fato é que, desta vez, coube ao Esquadrão de Aço o papel de vítima e, portanto, a prerrogativa de protestar. Apesar de ter demonstrado imprecisão nas finalizações, a equipe baiana exibiu superioridade técnica e tática em boa parte do confronto, sendo, no fim das contas, superada por uma marcação de infração que se mostrou duvidosa na jogada envolvendo Braithwaite.
A Sombra da Arbitragem no Campeonato Nacional
Mesmo diante de um cenário controverso, o Imortal exibiu uma notável capacidade de resistência para manter o resultado, além de momentos de agressividade que culminaram no gol. A performance de Walter Kannemann foi particularmente destacada, revelando-se um pilar fundamental para a integridade da meta tricolor. Embora a vitória tenha proporcionado um salto significativo na tabela e atenuado, temporariamente, a pressão, é inegável que o elenco gaúcho ainda enfrenta uma série de questões que demandam soluções imediatas e eficazes.
O episódio recente serve como um lembrete vívido da complexa teia de fatores que permeiam o futebol brasileiro. Em um ambiente onde a excelência técnica deveria ser o único critério de sucesso, a sombra de decisões arbitrais questionáveis persiste, levantando debates e alimentando a percepção de uma imprevisibilidade que transcende o mérito esportivo. É um desafio constante para a credibilidade do esporte, que exige uma reflexão profunda sobre os mecanismos de formação e avaliação dos responsáveis pelo apito.
Configurações Táticas das Equipes
As escolhas dos treinadores para o confronto revelaram estratégias distintas, moldadas pelas condições dos elencos e pelos objetivos de cada equipe. Mano Menezes optou por manter a dupla de zaga composta por Kannemann e Wagner Leonardo, além de promover o retorno de João Pedro e Cristaldo ao time titular. Ronald foi para o banco de reservas, enquanto Monsalve foi um desfalque notável. Por outro lado, Rogério Ceni utilizou o que tinha de melhor à disposição, com Michel Araújo substituindo o suspenso Jean Lucas. Lucho Rodriguez foi o escolhido para a função de centroavante, com Willian José iniciando no banco.
Grêmio (Formação Inicial) | Bahia (Formação Inicial) |
---|---|
Goleiro: A definir | Goleiro: Marcos Felipe |
Zagueiros: Walter Kannemann, Wagner Leonardo | Zagueiros: David Duarte, Ramon Mingo |
Laterais: João Pedro, Amuzu | Laterais: Gilberto, Luciano Juba |
Meio-campo: Villasanti, Cristaldo, Ronald (substituindo João Pedro), Cristian Olivera | Meio-campo: Caio Alexandre, Everton Ribeiro, Cauly, Michel Araújo |
Atacantes: Braithwaite | Atacantes: Lucho Rodriguez, Erick Pulga |
A Dinâmica do Confronto: Primeiro Tempo
O Grêmio iniciou o embate com a intenção de reverter o clima de insatisfação que pairava sobre a Arena, elevando a intensidade da marcação e demonstrando agressividade na posse de bola. A equipe rondou a área do Bahia, mas o ímpeto inicial não se traduziu em chances claras de gol. Faltava clareza nas combinações próximas à grande área, com as ações individuais sendo prontamente neutralizadas pela defesa visitante.
Gradualmente, o Bahia começou a progredir no campo adversário, aumentando seu tempo de posse de bola e revelando uma organização técnica e tática superior. Caio Alexandre emergiu como o principal orquestrador das trocas de passe, recebendo a bola após a linha de construção formada por David Duarte, Ramon Mingo e Luciano Juba, e distribuindo-a com elegância e discernimento. Em diversas ocasiões, o volante do Esquadrão atraía a pressão de um dos meias gremistas e encontrava passes precisos por dentro para Everton Ribeiro e Cauly, que se deslocava da direita para o centro, gerando dúvidas em Marlon e abrindo o corredor para a projeção de Gilberto. Nem sempre Amuzu conseguia acompanhar no tempo correto. Pelo lado esquerdo, Pulga atuava mais aberto, contando com a aproximação de Michel Araújo .
Lucho Rodriguez teve duas oportunidades promissoras para inaugurar o placar antes dos vinte minutos, mas suas finalizações careceram de precisão. Embora tenha se movimentado com inteligência, a conclusão das jogadas foi falha. Cauly, Erick Pulga e David Duarte também arriscaram chutes perigosos, mas a contundência necessária para converter o maior poderio ofensivo em gols esteve ausente. O Imortal, por sua vez, além dos problemas de compactação entre os setores ao recuar o bloco de marcação e das lacunas entre os integrantes da última linha defensiva, não conseguiu ser produtivo no campo de ataque. Cristian Olivera teve boas ações pelo lado direito, mas raramente encontrou companhia. João Pedro saiu lesionado ainda na metade da primeira etapa, sendo substituído por Ronald . Cristaldo não conseguiu ser acionado entre as linhas de defesa e meio-campo do Bahia, que se fechava bem. Acabou voltando muito para tocar na bola e não foi produtivo. Amuzu finalizou duas vezes pela esquerda, mas não houve entrosamento entre ele e Marlon no setor.
Os poucos chutes que o Grêmio conseguiu desferir ocorreram quase sempre a partir de rebatidas erradas da defesa baiana, após ligações diretas dos gaúchos. A única jogada realmente trabalhada surgiu de uma cobrança rápida de lateral de Cristian Olivera pela direita, que tabelou com Villasanti e cruzou rasteiro para Braithwaite, que mandou por cima do gol.
O Segundo Tempo e o Ponto de Virada
Mano Menezes promoveu uma alteração no intervalo, sacando Amuzu para a entrada de Pavon. Embora o Grêmio tenha conseguido manter a bola mais tempo próximo à área do Bahia no início da segunda etapa, a dificuldade em produzir lances de perigo persistia. Contudo, aos oito minutos, um contra-ataque mudaria completamente a história do jogo devido a uma decisão equivocada do árbitro Bruno Arleu de Araújo . Kannemann desarmou Everton Ribeiro, e Cristaldo recebeu a bola antes de driblar Caio Alexandre e lançar um belíssimo passe para Braithwaite. O atacante dinamarquês driblou Marcos Felipe e, de forma astuta, deixou a perna para buscar o contato com o goleiro do Bahia. A penalidade foi marcada pelo árbitro carioca, mesmo após uma conferência de mais de cinco minutos com o VAR.
A Defesa do Resultado e as Últimas Cartadas
Com a vantagem no placar, o Grêmio recuou para proteger o resultado. Rogério Ceni realizou alterações estratégicas, retirando Everton Ribeiro, Michel Araújo e Lucho Rodriguez, e inserindo Rodrigo Nestor, Kayky e Willian José. Cauly passou a atuar mais fixo por dentro. O Esquadrão aumentou seu tempo de posse de bola e se instalou definitivamente próximo à área gremista. Erick Pulga tornou-se o jogador mais acionado e perigoso.
Nos quinze minutos seguintes ao gol sofrido, o Bahia esteve perto do empate em três ocasiões, mas a ineficiência nas finalizações dentro da área persistiu. Mano Menezes reforçou a defesa com a entrada de Gustavo Martins e a saída de Cristaldo . O zagueiro foi deslocado para a lateral-direita, e Ronald formou uma trinca de volantes no meio-campo. Posteriormente, Aravena e Arezo substituíram Cristian Olivera e Braithwaite. No Bahia, Iago Borduchi e Arias foram as últimas cartadas de Ceni, com Cauly e Gilberto deixando o gramado. Para a angústia da torcida gremista, o cenário da partida não se alterou na reta final do duelo. A equipe da casa permaneceu entrincheirada, tentando proteger sua própria área e correndo riscos com boas ações de Willian José. No entanto, o placar não se alterou até o apito final, consolidando uma vitória que, embora crucial para o Grêmio , permanece sob o escrutínio da controvérsia arbitral.
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