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Grêmio Recebe Taça da Supercopa 1990: 35 Anos de Espera Chegam ao Fim

Por Redação Sou Imortal em 29/10/2025 10:55

A justiça histórica, ainda que tardia, finalmente foi feita. Após uma espera que se estendeu por mais de três décadas, o Grêmio teve o reconhecimento de um feito que, por direito, deveria ter sido celebrado em 1990. Nesta quarta-feira (29), a taça da Supercopa do Brasil, referente àquela emblemática conquista, foi entregue ao clube gaúcho.

A cerimônia ocorreu na Tribuna Presidencial da Arena do Grêmio , em Porto Alegre, e contou com a presença de figuras cruciais daquela epopeia. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, foi o responsável por oficializar a entrega do artefato que simboliza uma vitória há muito negligenciada.

Mais do que isso, o evento reuniu parte dos heróis que ergueram o Grêmio à glória em campo. Nomes como Almir, Darci, Fabio Lima, Géverton, Ion, João Antonio, Luis Fernando, Luís Eduardo, Mazaropi, Vilson e Wolnei Caio tiveram a oportunidade de, enfim, empunhar o 'caneco' que lhes pertencia.

Em seu pronunciamento, o dirigente da CBF contextualizou a ação como parte de uma nova visão administrativa.

"Isso é mais uma ação dessa nova gestão, desse novo modelo de gestão que nós estamos implementando na CBF. Mudanças importantes para o futebol brasileiro como um todo e também as reparações históricas que ficaram para trás"
, declarou Xaud. Ele prosseguiu, destacando o caráter corretivo da medida:
"Começamos lá com o Coritiba e hoje estamos aqui no Grêmio, 35 anos após, entregando uma taça devida para o Grêmio, que teve seus méritos, para os jogadores. Então, para mim, é um momento importante de estar passando esse corretivo em todos os erros que aconteceram no futebol brasileiro no passado"
. A fala, embora celebratória, sublinha a existência de falhas pretéritas que, agora, a entidade busca endereçar.

As Razões de um Reconhecimento Tão Demorado

A questão que paira no ar, e que carece de uma resposta oficial clara, é o motivo pelo qual o Grêmio foi privado de seu merecido troféu por tanto tempo. Não existe um esclarecimento formal da CBF sobre o sumiço da taça após a vitória do Tricolor sobre o Vasco. A perspectiva do Grêmio , conforme expressa em nota, aponta para uma complexa intersecção de eventos.

O clube gaúcho sugere que a complicação residiu no fato de que os confrontos decisivos da Supercopa do Brasil de 1990 ? disputados em jogos de ida e volta ? também serviram como partidas da primeira fase da Copa Libertadores daquele mesmo ano. Este arranjo peculiar, em um período onde a sincronização de calendários entre CBF e Conmebol já representava um desafio, teria sido o epicentro da controvérsia.

"Acredita-se que tenha ocorrido uma divergência nos direitos de transmissão: a Supercopa seria exibida por uma rede de televisão diferente daquela que detinha os direitos da Libertadores e, por essa razão, a premiação não foi realizada"
, detalhou o Grêmio em seu comunicado, expondo uma falha logística e comercial que ecoou por décadas.

Apesar das intrigas burocráticas, o mérito esportivo do Grêmio é inquestionável. A vitória foi selada em dois confrontos memoráveis: o primeiro, em 14 de março de 1990, viu o Grêmio superar o Vasco por 2 a 0 no Estádio Olímpico, em Porto Alegre. O jogo de volta, ocorrido em 18 de abril do mesmo ano no Estádio São Januário, no Rio de Janeiro, terminou em um empate sem gols (0 a 0), garantindo o título ao Imortal.

A Articulação Pela Reparação: Como o Troféu Retornou

A "reparação histórica", termo utilizado pelo próprio Grêmio para descrever este desfecho, é o resultado de uma articulação recente. A diretoria atual do clube gaúcho desempenhou um papel fundamental na concretização da entrega da taça. O tema foi levado à pauta durante uma reunião com a CBF, realizada no início de outubro.

Originalmente, o encontro na sede da Confederação, no Rio de Janeiro, tinha como foco principal a discussão de questões relativas à arbitragem na Série A do Campeonato Brasileiro, um assunto de constante efervescência no cenário nacional. Contudo, em um movimento estratégico e digno de nota, a presidência tricolor, sob a liderança de Alberto Guerra, aproveitou a ocasião para negociar o resgate do troféu da Supercopa de 1990, transformando uma pauta de reclamações em um momento de resgate de um legado esquecido.

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