Grêmio: Tática de Três Volantes em Xeque Após Jogo com Vasco

O recente embate entre Vasco e Grêmio, que culminou em um empate por 1 a 1 pela 15ª rodada do Brasileirão 2025, expôs mais uma vez as profundas vulnerabilidades defensivas do Tricolor. A aposta tática de Mano Menezes, que insiste em um esquema com três volantes pela segunda vez consecutiva desde a retomada das competições, ainda carece de validação em campo.

Em São Januário, a equipe gremista foi alvo de oito finalizações diretas ao seu gol, um número alarmante que só não se traduziu em um placar mais desfavorável graças à performance decisiva do goleiro Tiago Volpi.

Fragilidade Defensiva: Um Padrão Preocupante

A quantidade de arremates sofridos não é um incidente isolado. Este mesmo número de finalizações no alvo foi registrado na goleada de 4 a 1 para o Cruzeiro, na rodada anterior, resultado que, ironicamente, motivou a alteração tática com a saída de Cristaldo e a entrada de Edenilson no meio-campo. Antes disso, na derrota para o Alianza Lima, já sob a égide do trio de marcadores, o Grêmio viu seu gol ser ameaçado sete vezes, resultando em dois tentos adversários.

A dimensão do domínio adversário torna-se ainda mais evidente ao observar o panorama geral da partida: o Vasco efetuou um total de 28 finalizações, enquanto o Grêmio , em contraste, somou apenas oito tentativas. Uma proporção de três vezes e meia a mais, que sublinha a passividade ofensiva e a exposição defensiva do time gaúcho. Este foi, inclusive, o melhor desempenho ofensivo do time de Fernando Diniz após a pausa para a Copa do Mundo de Clubes, superando as 10 finalizações contra o Botafogo e as cinco contra o Independiente del Valle.

Foto: (Thiago Ribeiro/AGIF)

O Domínio Aéreo do Adversário e a Dependência de Volpi

Para além da avalanche de finalizações, a partida em São Januário revelou outra deficiência gritante: a supremacia aérea do time mandante. O Vasco dominou os céus, concretizando oito cabeceios na direção da meta defendida por Volpi. Em contrapartida, o Grêmio teve apenas duas oportunidades de finalizar de cabeça, uma delas resultando no gol de empate, anotado por Gustavo Martins.

É imperativo reconhecer que o resultado de igualdade não se deu por mérito exclusivo da construção gremista, mas sim pela ineficácia do Vasco em converter suas inúmeras chances e, sobretudo, pela atuação salvadora do criticado Tiago Volpi , que realizou cinco defesas cruciais na etapa final, evitando um revés ainda maior.

Lições para o Próximo Desafio: Alianza Lima na Arena

O próximo compromisso do Grêmio , na quarta-feira, será contra o Alianza Lima, em sua Arena. Este confronto, de natureza completamente distinta, exigirá uma postura propositiva, longe da estratégia de contragolpes adotada no Rio de Janeiro ? embora essa abordagem tenha gerado boas chances nos 20 minutos iniciais contra o Vasco.

A lição a ser assimilada da jornada em São Januário é clara e inegociável: a repetição das falhas defensivas observadas será fatal. Sofrer um gol em casa obrigará o Grêmio a balançar as redes em três ocasiões, um feito que, sob o comando do atual treinador, ainda não foi alcançado em uma única partida.

Os números do confronto entre Vasco e Grêmio , conforme levantamento do Scout Globo, evidenciam a disparidade de desempenho entre as equipes:

A insistência em um modelo tático que expõe a retaguarda a um volume excessivo de ataques e a uma clara desvantagem no jogo aéreo não pode ser ignorada. O Grêmio , um gigante do futebol brasileiro, precisa de soluções que transcendam a mera dependência de atuações individuais heroicas. A análise fria dos dados aponta para uma necessidade urgente de reavaliação estratégica, sob pena de comprometer objetivos maiores na temporada.