Grêmio: Transição de Poder, Impasse por Edenílson e Planos Futuros

O Grêmio inicia oficialmente nesta segunda-feira o processo de transição entre as atuais e futuras administrações. Um encontro crucial está agendado para o final da tarde, na Arena, reunindo o presidente em exercício, Alberto Guerra, e o presidente eleito, Odorico Roman, acompanhados de seus respectivos vices. A posse da nova diretoria está prevista para a semana seguinte ao término do Campeonato Brasileiro, com a última rodada marcada para 7 de dezembro.

Este primeiro encontro formal, conforme informações apuradas, não se restringirá a um único tópico, mas abordará uma gama de assuntos pertinentes ao clube. As prioridades já estão delineadas em três pilares fundamentais: o departamento de futebol, as questões financeiras e a estrutura administrativa. A expectativa é que, em breve, nomes sejam designados para liderar e coordenar cada uma dessas áreas essenciais.

Embora este seja o primeiro contato oficial entre as equipes, a comunicação entre Alberto Guerra e Odorico Roman não é novidade. Desde o encerramento do pleito eleitoral, ambos têm mantido um diálogo constante, trocando mensagens sobre os rumos do Tricolor. A avaliação interna é de que as conversas fluem de maneira construtiva, indicando um ambiente de cooperação inicial.

O Dilema de Edenílson: Contrato e Visões Divergentes

No entanto, nem tudo transcorre sem obstáculos. Um ponto de discordância já se apresenta na pauta: a situação contratual do volante Edenílson. A administração do presidente Guerra avançou nas negociações para estender o vínculo do atleta de 35 anos até dezembro de 2026, um prazo que ultrapassa o atual contrato, que se encerra em dezembro deste ano. Contudo, a futura gestão de Odorico Roman expressou o desejo de suspender quaisquer renovações antes do desfecho do Campeonato Brasileiro.

A complexidade da questão é acentuada pelo apoio que Edenílson recebe internamente. Tanto o técnico Mano Menezes quanto Felipão, juntamente com o grupo de jogadores, manifestaram o desejo pela permanência do volante na próxima temporada. A decisão sobre o futuro do meio-campista, portanto, representa um dos primeiros testes para a nova diretoria, que precisa equilibrar a visão estratégica com as necessidades do campo.

Estratégias para o Futuro Tricolor: Reforços e Reorganização

Com a transição se consolidando, a gestão de Odorico Roman já demonstra proatividade no mercado. A meta é clara: buscar entre três e quatro novos nomes para fortalecer o elenco. Este movimento visa não apenas qualificar o grupo, mas também endereçar um desafio paralelo: a necessidade de liberar jogadores. O plantel atual do Grêmio é composto por 37 atletas, um número considerado elevado, que impacta diretamente a folha salarial.

A redução do quadro de jogadores é vista como essencial para otimizar os recursos do clube. Atualmente, a folha de pagamento gira em torno de R$ 21 milhões mensais, um montante que a nova gestão buscará gerenciar com maior eficiência. A reorganização do elenco é, portanto, uma prioridade para abrir espaço tanto no vestiário quanto no orçamento.

Em paralelo às movimentações de atletas, há tratativas avançadas para a contratação de Paulo Pelaipe como diretor executivo de futebol a partir de 2026. Embora fontes da futura administração prefiram manter cautela e não confirmar o nome publicamente, há indícios de que um acordo com um profissional experiente para a função está bem encaminhado.

A chegada de Odorico Roman à presidência do Grêmio é resultado de uma vitória expressiva nas urnas em 8 de novembro, onde superou Paulo Caleffi com uma margem considerável: 68,84% dos votos (totalizando 15.311) contra 30,14% (equivalente a 6.704 votos). Curiosamente, Roman foi o adversário de Alberto Guerra na eleição de 2022, e agora assume o comando do clube, marcando uma nova fase na história tricolor. A tabela a seguir resume a situação atual do elenco e sua folha de pagamento: