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Grêmio x Santos: Análise Estatística e Tática no Brasileirão
Por Redação Sou Imortal em 02/05/2025 20:32
A Arena do Grêmio se prepara para receber um confronto de tirar o fôlego, um embate que transcende os três pontos em disputa. A partida contra o Santos marca a apresentação de Mano Menezes à torcida gremista, mas o foco principal está na dramática luta pela permanência na elite do futebol brasileiro. Este jogo é, sem dúvida, um dos mais carregados de tensão da rodada, pois qualquer resultado que não seja a vitória mantém ambas as equipes em uma posição extremamente delicada na zona de rebaixamento, a temida Z4 que conduz à Série B. Uma derrota para qualquer um dos lados ampliaria consideravelmente a desvantagem em relação aos concorrentes, tornando a missão de escapar do descenso ainda mais penosa.
A Preocupante Fragilidade Defensiva
Ao analisar o desempenho recente das equipes, torna-se evidente que a retaguarda é um ponto de vulnerabilidade crítica para Grêmio e Santos. Ferramentas estatísticas que medem a probabilidade de gols a partir das finalizações sofridas (o indicador xGa) revelam ineficiências notáveis em ambos os sistemas defensivos.
No caso do Grêmio , apesar de permitir um volume de arremates que o coloca como a nona defesa em termos de finalizações sofridas por jogo em seus domínios (média de 12,3), a equipe gaúcha demonstra uma alarmante falta de resistência. As chances criadas pelos adversários, que estatisticamente 'valeriam' cerca de 8,79 gols, resultaram em 11 gols efetivamente sofridos. Isso configura a segunda pior capacidade de resistência defensiva da liga, cedendo um gol a cada meras 6,7 conclusões contra sua meta.
O Santos não inspira muito mais confiança em sua linha defensiva. As finalizações que a equipe paulista permitiu, com um potencial estatístico de aproximadamente 7,16 gols, acabaram se convertendo em 9 gols sofridos. Embora permita um volume ligeiramente menor de arremates (média de 11,5 como visitante), sua defesa é a quarta mais frágil da Série A em termos de resistência, capitulando a cada 7,7 tentativas adversárias. Fica claro que, neste confronto direto, as defesas representam um calcanhar de Aquiles para ambos os lados.
O Contraste na Produção Ofensiva
Em um ambiente onde as defesas não se destacam pela solidez, o desempenho ofensivo ganha ainda mais relevância. O Santos tem mostrado uma capacidade de produção um pouco superior, com uma média de 12,7 finalizações por partida, e exibe uma eficiência razoável (13ª no geral), precisando de cerca de 10,9 tentativas para balançar as redes. O Grêmio , por sua vez, finaliza um pouco menos (média de 11,7) e apresenta uma das piores eficiências ofensivas da liga (a terceira pior), necessitando de cerca de 14 arremates para marcar um gol.
Uma diferença tática notável reside na origem das finalizações. O Santos demonstra uma predileção por arremates de dentro da área, a zona de maior probabilidade de sucesso, com 68% de suas conclusões originadas nessa região, a segunda maior proporção do campeonato. Em contraste, o Grêmio se destaca por finalizar mais de longe, com apenas 48,6% de seus chutes vindo de dentro da grande área, sendo a terceira equipe que proporcionalmente mais busca a finalização de longa distância.
O Peso da História na Arena
Para a torcida gremista, um ponto de otimismo reside no histórico recente dos confrontos diretos na Arena. A tradição aponta para uma superioridade do Grêmio quando joga em seus domínios contra o Santos. Desde 2006, em 17 partidas disputadas pela Série A em Porto Alegre, o Santos conseguiu apenas duas vitórias (em 2010 e 2019), enquanto o Grêmio triunfou em oito ocasiões. O último encontro entre as equipes, em 2023, terminou com vitória gremista. Este retrospecto favorável em casa adiciona uma camada psicológica ao confronto, que pode influenciar o desempenho em campo.
O Impacto do Fator Casa e a Esperança Externa
Em um campeonato marcado pela força dos mandantes ? as estatísticas apontam que os anfitriões conquistaram 62% dos pontos disputados, contra apenas 27% dos visitantes ?, a Arena do Grêmio se configura como um elemento potencialmente favorável para a equipe da casa. O Tricolor ostenta o sétimo melhor desempenho como mandante (6 vitórias, 2 empates, 2 derrotas) e o segundo ataque mais eficaz jogando em casa (média de 2,20 gols por partida), embora sua defesa em seus domínios seja apenas a 11ª (média de 0,80 gols sofridos).
O Santos, em contrapartida, carrega o fardo de ser o segundo pior visitante da competição (apenas 1 vitória, 2 empates, 7 derrotas, resultando em modestos 17% de aproveitamento). Seu ataque longe de seus domínios é o 12º da liga (média de 1 gol por jogo), e sua defesa é a quarta mais vazada atuando como forasteiro (média de 1,50 gols sofridos). Essa disparidade no desempenho como mandante e visitante, alinhada à tendência geral do campeonato, sugere uma inclinação estatística em favor do Grêmio , embora a urgência da situação possa subverter a lógica.
Em meio a essa batalha particular, a única "esperança" que não reside no próprio campo para Grêmio e Santos parece vir dos resultados de outros jogos. Assim como o Santos, vários de seus concorrentes diretos na luta contra o rebaixamento também atuarão fora de casa nesta rodada. Contudo, depender de terceiros nunca foi a receita ideal para a salvação, especialmente em um campeonato onde o fator casa é tão determinante.
Padrões de Gol Recentes
Uma análise mais detalhada dos gols sofridos e marcados recentemente por ambas as equipes revela algumas adaptações ou tendências táticas. A defesa do Santos, que anteriormente demonstrava uma vulnerabilidade acentuada em jogadas aéreas (13 dos 17 gols sofridos até certo ponto na temporada vieram pelo alto), parece ter corrigido essa falha. Dos oito gols sofridos posteriormente, todos foram originados de jogadas rasteiras.
No ataque, o Santos inverte a lógica defensiva, tendo marcado oito de seus últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. O Grêmio , por outro lado, tem sido mais eficaz com a bola no chão, anotando seis de seus últimos dez gols através de passes rasteiros. Curiosamente, o Grêmio sofreu apenas três de seus últimos dez gols por via aérea, indicando uma relativa solidez nesse aspecto defensivo que pode contrastar com a principal arma ofensiva recente do Santos.
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