Noriega no GreNal: Dois Pênaltis, Choro e Lições de Superação

O clássico entre Internacional e Grêmio, palco de tantas narrativas épicas e dramáticas, reservou um capítulo particularmente intenso para o volante peruano Noriega neste domingo (21). No Beira-Rio, durante a 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, o jogador se viu no centro das atenções por razões que transcendem a mera performance técnica, marcando o primeiro tempo de forma indelével.

Deslocado para a zaga por uma decisão tática do treinador Mano Menezes, Noriega enfrentou uma das maiores provações de sua carreira. Em um intervalo de apenas 32 minutos, foi o protagonista involuntário de dois lances capitais, ambos resultando em penalidades máximas a favor do adversário. As decisões foram confirmadas pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique, com o auxílio indispensável do VAR, sublinhando a gravidade das infrações.

O Peso das Decisões no Clássico Gaúcho

Aos 15 minutos, o primeiro revés: uma intervenção desajeitada dentro da área, um carrinho que derrubou Bernabéi, sacramentando a primeira penalidade. Mais tarde, já nos acréscimos da etapa inicial, aos 47 minutos, o destino jogou outra peça. Após um cruzamento de Bruno Tabata, a bola atingiu o braço do defensor, configurando o segundo pênalti da partida.

A repetição dos erros, em um jogo de tamanha magnitude, teve um impacto visível e profundo no jovem atleta. Após a confirmação da segunda marcação, Noriega não conseguiu conter a emoção. As lágrimas escorreram em campo, um retrato cru da pressão e da angústia que o momento impunha. Foi um instante de vulnerabilidade que revelou a humanidade por trás do uniforme.

Foto: (Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional)

A Força do Coletivo: Amparo em Meio à Adversidade

Diante do desespero do colega, a reação dos experientes Marcos Rocha e Willian foi imediata e exemplar. Ambos se aproximaram do jogador de 23 anos, oferecendo palavras de consolo e apoio, um gesto que transcende a tática e reforça o espírito de equipe. O amparo dos companheiros, em um momento tão delicado, serviu como um lembrete da união necessária em um elenco.

Apesar do duro golpe inicial, com Alan Patrick convertendo ambas as cobranças para o Internacional, o Grêmio demonstrou resiliência notável. A equipe buscou o empate em duas ocasiões, com gols de Carlos Vinícius e André Henrique, transformando um cenário adverso em um confronto de pura superação coletiva, mesmo com o drama individual de Noriega pairando sobre o primeiro tempo.