Operação Policial Desarticula Golpe com Site Falso do Grêmio e Deepfake de Geromel: Entenda a Fraude

Uma sofisticada rede criminosa, que se valia da paixão dos torcedores do Grêmio para aplicar golpes em escala nacional, foi desmantelada. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio de uma ação coordenada, efetuou a prisão preventiva de três indivíduos suspeitos de operarem um elaborado esquema com um portal online que simulava a loja oficial do clube gaúcho. As detenções ocorreram simultaneamente em distintas localidades: Ribeirão Preto (SP), Sales Oliveira (SP) e Curitiba (PR), evidenciando a abrangência territorial da fraude. Adicionalmente, a operação cumpriu dez mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Paraná.

A iniciativa, batizada de "Operação Manto", foi conduzida pela Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Cibernéticos. Embora os nomes dos envolvidos não tenham sido divulgados pelas autoridades, a investigação revelou que as atividades fraudulentas se estendiam por todo o território nacional. A complexidade do método empregado pelos golpistas chamou a atenção dos investigadores. Conforme comunicado oficial da Polícia Civil, "Durante a apuração, verificou-se que o grupo criminoso desenvolveu um esquema profissional, que combinava engenharia social, manipulação de imagem por inteligência artificial e marketing digital fraudulento para atrair vítimas e simular campanhas oficiais".

A Sofisticação da Fraude Digital e o Uso de Inteligência Artificial

A estratégia dos criminosos ia muito além de uma simples cópia visual. Eles replicavam com precisão a identidade da Grêmio Mania, utilizando o logotipo, a paleta de cores e a tipografia características da loja virtual oficial. Além disso, criavam promoções e banners idênticos aos originais, veiculando anúncios patrocinados em redes sociais que direcionavam as vítimas para o site falso. A atratividade dos supostos descontos era um chamariz potente para os consumidores desavisados.

Um dos elementos mais alarmantes descobertos durante a investigação foi a utilização de um vídeo forjado por inteligência artificial. Esse material, que circulava nas redes sociais e nos sites fraudulentos, apresentava o ex-zagueiro Pedro Geromel, ícone do Grêmio , supostamente endossando a loja. A manipulação de imagem por IA adicionava uma camada de credibilidade que dificultava a identificação da fraude por parte das vítimas, explorando a confiança dos torcedores em seus ídolos.

Grêmio Atua Contra Sites Piratas e Mecanismos de Pagamento Ilegítimos

Em nota oficial, o Grêmio confirmou que seu Departamento Jurídico foi o responsável por denunciar a existência da loja virtual falsa às autoridades competentes. O clube ressaltou seu empenho proativo na defesa de sua marca e de seus torcedores, informando que, somente em 2025 (conforme dados do comunicado original), a área de Tecnologia e Informação conseguiu remover do ar mais de vinte sites piratas que se passavam por canais oficiais de venda do Grêmio . Essa ação preventiva demonstra o desafio constante que clubes e grandes marcas enfrentam no ambiente digital.

A estrutura do golpe incluía ainda um sofisticado método de recebimento de valores. Os golpistas estabeleceram uma empresa de fachada que operava como intermediadora dos pagamentos. Esta empresa recebia os valores das vendas fraudulentas, efetuadas via PIX, e funcionava como uma "conta de passagem", possibilitando a replicação do esquema em diversos modelos de e-commerce falsos, não se limitando apenas à simulação da loja do Grêmio . A Polícia Civil esclareceu que "A análise dos dados telemáticos e bancários, autorizada judicialmente, permitiu mapear toda a estrutura do grupo e identificar os responsáveis", evidenciando a eficácia da investigação forense digital.

Posicionamento Oficial do Clube e Orientações Cruciais

O Departamento Jurídico do Grêmio , em sua declaração, reiterou a denúncia da loja virtual fraudulenta que utilizava indevidamente a marca do clube e prometia produtos oficiais com preços abaixo do mercado. A instituição agradeceu ao Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC) pelo suporte e pela condução da operação, destacando a importância do sequestro de bens dos envolvidos, uma medida que poderá viabilizar o ressarcimento de eventuais prejuízos sofridos pelos consumidores.

Para as vítimas do golpe, a Polícia Civil forneceu orientações importantes. É recomendado que, caso já tenha sido registrada ocorrência e reunida prova do prejuízo (mesmo por vítimas de fora do Rio Grande do Sul), seja feito contato com o DERCC, solicitando os dados do processo para habilitação como vítima e eventual pedido de reparação. Para aqueles que ainda não registraram a ocorrência, o procedimento inicial é realizá-la por meio da Delegacia Online (www.pc.rs.gov.br), detalhando o ocorrido e anexando os comprovantes de pagamento. Após o registro, deve-se seguir a orientação de contato com o DERCC para os próximos passos.